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Entrevista

Brasil: país que paga os maiores juros aos abutres imperialistas

O economista Marcelo Marcelino aponta como só a mobilização popular, com uma política combativa sobre a dívida pública pode dar fim ao roubo que o Brasil vem sofrendo

Em entrevista ao Diário Causa Operária, o economista Marcelo Marcelino, coordenador da Auditoria Cidadã da Dívida Pública em Curitiba, explica como age o mercado financeiro se apropriando do dinheiro do povo brasileiro através dos absurdos pagamentos dos juros da dívida pública.

Atualmente, os bancos levam mais da metade do orçamento público do Brasil. Desde a constituição de 1988, o pagamento dos juros da dívida é prioridade garantida em lei, em detrimento de políticas essenciais para uma vida digna da população. Nesse sentido, Marcelo Marcelino reforça:

¨A nossa soberania está sendo colocada em cheque e nós precisamos fazer o seguinte: barrar imediatamente o pagamento de juros e o pagamento dos títulos públicos a esses especuladores nacionais e estrangeiros. Essa é a grande força que nós devemos fazer daqui para frente. E no momento posterior, com bastante força política, quiçá a gente consiga estatizar todo o sistema financeiro. Porque essas lutas, elas precisam cada vez criar mais força popular e política para fazer com que o Estado soberano seja nosso, do povo brasileiro¨

Para o povo há o teto de gastos, que limita o investimento em políticas. Mas para os banqueiros, não há limites. Hoje em dia, eles recebem R$1,96 trilhão só de juros e amortização da dívida.

O economista ainda destaca que nenhum país do mundo paga taxas de juros dessa magnitude, nenhum outro paga juros tão altos. Por fim, ele destaca a importância da luta popular para o enfrentamento dessa espoliação e para chegar a estatizar todo o sistema financeiro:

¨Precisamos entender o seguinte: para acabarmos com isso, é necessário uma política combativa através de uma enorme mobilização popular. Porque trabalhar com as instituições burguesas do Congresso Nacional, do Judiciário, todos nós sabemos que isso não leva a absolutamente nada. E aí nós temos que trazer o povo para esta discussão, arregimentar forças políticas e explicar a necessidade, através da auditoria cidadã, de fazer um movimento de exigência junto com o Lula para que façamos uma auditoria para marcar o território de uma luta que não é só institucional, evidentemente, mas sim, uma luta política, de classes¨. 

Assista à entrevista completa em vídeo por meio deste link ou veja logo abaixo:

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