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XI Congresso Nacional do PCO

“O índio não quer passar a vida comendo batata, quer tecnologia”

Candidato a governador do Mato Grosso do Sul, Magno Souza, da etnia guarani kaiowá, denuncia a violência do latifúndio e do estado contra seu povo

As tribos indígenas do Brasil estão sofrendo a cada dia mais sérios riscos de violência e morte, sobretudo com este governo de extrema-direita que está dando guarida aos criminosos latifundiários e seus jagunços.

O XI Congresso Nacional do Partido da Causa Operária, ocorrido em São Paulo neste final de semana, contou com a presença do candidato indígena ao governo do Mato Grosso do Sul, Magno Souza, o índio que não veio para ser personalidade nos meios hegemônicos de comunicação, mas para denunciar os ataques e massacres diários que sua etnia sofre.

Segundo Renato Farac, um dos dirigentes nacionais do Partido, o companheiro Magno Souza está sofrendo ameaças. Farac informa que é preciso equipar as tribos indígenas para que elas se protejam dos ataques e ameaças. Colocar internet, fazer vídeos para denunciar quando estiverem sendo atacadas, ter lanternas, uma rádio, binóculos, dentre outros recursos, são importantes para a autodefesa dos índios.

Magno Souza inicia sua fala corajosa clamando a todos para lutarem sem medo. Mesmo com seus familiares sendo contra sua vinda a São Paulo, temendo por sua segurança, Magno Souza veio e denunciou o assassinato do seu tio, Marçal de Souza. “Se uma pessoa vem e me mata, pronto, acabou, mas não vai pensar que vai acabar. Eles mataram o tupã, que é Marçal de Souza, que levantou mais de 50 famílias para lutar(…)”.

“Eu não estou lutando por uma terra para mim, ‘tou lutando pela terra  para os pequeninos que estão vindo, para as crianças que estão vindo, para as moças que estão vindo. Isso eu me empenho em toda área de retomada, não para mim a terra, eu não preciso de nada, eu preciso buscar a proteção para minha família (…) preciso de escola, emprego, educação, água, luz, casa melhor, alimento, um pãozinho na sua mesa (…).

Cansado de ser massacrado, de fazer denúncias e ninguém resolver ou protegê-los, Magno Souza afirmou que conheceu o PCO, Renato Farac, e passou a lutar contra as ameaças à sua família, com comitês de luta, o programa do partido e muita coragem para lutar contra os assassinos latifundiários.

Magno agradece aos companheiros do PCO, Farac, Marcelo, Natalia, Carla. “Agradeço muito esses nossos companheiros. Foram os únicos companheiros que apareceram na aldeia, numa área de conflito para levar nossa luta junto com nós. Agora nós podemos nos sentir mais tranquilos. Agora nós podemos dizer que temos companheiros de confiança”.

Indignado, Magno pergunta pelo dinheiro dos índios: “Me candidatei não para humilhar ninguém. Me candidatei para buscar as melhorias para todas as aldeias do Mato Grosso do Sul, que está sofrendo miséria, sem água, sem luz, sem agente de saúde, sem Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), a Sesai não pode entrar, a sesai está sem combustível, cadê o dinheiro que vem para os índios do Brasil?… Nunca aparece nada, isso é minha indignação (…)”

É preciso ouvir esses verdadeiros índios, sofredores, massacrados pelo regime político brasileiro, e daí continuar formando urgentemente mais comitês de luta para todos os povos oprimidos, dar manutenção e apoiar com materiais e recursos, pois as tribos indígenas precisam defender seu território e sobretudo a vida, com saúde, educação, lazer, segurança, tecnologia, direitos fundamentais para o progresso de todos os povos.

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