─ CUT ─ A Petrobras, que só no primeiro semestre deste ano lucrou R$ 98 bilhões e repassou a seus acionistas R$ 136 bilhões em dividendos – o equivalente a 13% do lucro líquido da empresa -, expulsou da Assistência Médica Supletiva (AMS) 1.399 petroleiros e seus familiares que não conseguiram arcar com os altos valores cobrados pelo plano coletivo empresarial.
A informação, que havia sido cobrada pela direção da Federação Única dos Petroleiros (FUP), indignou os dirigentes sindicais, que criticam os descontos absurdos feitos pela empresa na folha de pagamento.
De acordo com a FUP, cerca de 2.800 beneficiários diretos da AMS ficaram sem o plano de saúde. O cálculo leva em consideração o fato de que cada titular, em média, tinha um dependente.
Os dados apresentados pelos representantes da Petrobras são referentes apenas ao ano de 2021 e não levam em consideração os titulares que voluntariamente pediram para sair da AMS, por não terem mais condições financeiras de manter o benefício.
“Essa situação caótica e desumana pode piorar, e muito, se a gestão da empresa insistir no impasse que criou ao apresentar duas contrapropostas que impõem mais prejuízos para a categoria, principalmente para os aposentados e pensionistas que recebem as menores remunerações”, diz nota publicada o site da FUP.
Ainda de acordo com a FUP, a Petrobras já acumula ganhos de cerca de R$ 8,5 bilhões somente em relação ao passivo atuarial com a AMS.
Apesar disso, a empresa propôs aos beneficiários um reajuste linear de 25% na tabela do grande risco, enquanto ofereceu à categoria apenas 7% de reajuste salarial, índice abaixo da inflação que está acima de dois dígitos desde setembro do ano passado.
Segundo o Dieese, os reajustes absurdos aplicados na AMS nos últimos cinco anos variaram de 33% (para os beneficiários de menor idade e maiores remunerações) a 928% (beneficiários de maior idade e menor remuneração).
Nesse mesmo período, os petroleiros do Sistema Petrobras amargaram perdas salariais significativas, já que os reajustes alcançados foram de 17,7%, enquanto a inflação acumulada está em 21,1%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA).
Ou seja, o que a diretoria da Petrobras está propondo é arrochar ainda mais os trabalhadores e penalizar os aposentados e pensionistas, que têm sido os mais prejudicados pelos reajustes e descontos abusivos da AMS e pelo sucateamento do benefício.
AMS: Principais reivindicações
» Manutenção do Acordo Coletivo, sem rebaixamento das cláusulas de AMS
» Restabelecimento da relação de custeio 70×30
» Margem consignável de 13% para todos os beneficiários
» Fim dos descontos abusivos para pagamento do saldo devedor e realização de uma auditoria externa independente para apuração do valor correto
» Fim do VCMH e construção de uma outra alternativa de reajuste para o plano
» Pagamento por boleto bancário apenas em casos específicos discutidos na Comissão da AMS
» Exclusão de qualquer referência à APS no ACT
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