Nesta quarta-feira (7), a Polícia Militar do Distrito Federal destruiu a Escolinha do Cerrado (Brasília), um espaço educacional criado por voluntários durante a pandemia para garantir a 20 crianças o acesso à educação. Essas crianças viviam em uma ocupação no mesmo local, nas proximidades do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). A ação violenta da Polícia Militar, iniciada na segunda-feira, expulsou 38 famílias do local, destruíram suas casas, prenderam quatro militantes e feriram duas pessoas. Um militante e um morador foram atingidos por uma bomba de efeito moral. Os presos nessa violenta ação de despejo foram os ativistas Thiago Ávila, Caio Sad Barbosa, Pedro Filipe Menezes Piedade e Érika Oliveira Cardozo. Os três homens encontram-se no 5ºDepartamento de Polícia e Érika Cardozo na Delegacia de Combate à ocupação do Uso do Solo(Dema), em Brasília.
Essa é mais uma ação de despejo realizada pela direita fascista do Brasil, a qual vem intensificando seus ataques de acordo com a intensidade da crise econômica e política. A Polícia Militar, braço armado a serviço dessa burguesia opressora, quer enquadrar os ativistas por associação criminosa. Os ativistas resistiram ao despejo, não cometeram nenhum crime. Quem cometeu foi o Estado e a Polícia Militar. A Polícia Civil também está avaliando enquadrar os ativistas. Para a advogada Sara Rocha, em defesa dos militantes,
“A situação é muito grave. A ajuda de todo mundo é necessária. Quem puder ajudar com doações, as pessoas precisam de comida, de barraca. Hoje vai chover e elas não têm teto para morar”.
É preciso denunciar essas ações que estão se repetindo de fora a fora do país. Esse Diário Causa Operária vem denunciando os constantes ataques à moradia da população na cidade e no campo: Iminência de despejos de mais de mil famílias em Vila Prudente, em São Paulo; destruição de Escola Quilombola por fascistas em Campos Novos, em Santa Catarina; ameaças de latifundiários aos camponeses da Liga dos Camponeses Pobres(LCP), em Corumbiara, Rondônia, onde também o acampamento Manoel Ribeiro enfrenta a ameaça de fascistas paramilitares; assentados da reforma agrária ameaçados no Pará; além dos ataques aos índios, os quais estão totalmente à deriva, sem vacinação e sofrendo as mesmas ameaças dos latifundiários.
Para enfrentar esses ataques do Estado policial e fascista contra o povo, um estado que vem intensificando a violência através da formação de milícias e amparado na Lei de Segurança Nacional, uma aberração do regime militar, é necessário que toda a população oprimida forme os comitês de autodefesa, com apoio dos partidos de esquerda(que precisam sair de casa), dos sindicatos e associações de bairro, a fim de que se defenda dessa violência da extrema direita. Ao lado dessa organização das forças populares, se faz necessário derrotar Bolsonaro, todos os golpistas dos partidos do centrão e da direita, para que se interrompam os ataques ao povo, aos movimentos sociais e à militância política. Se não houver luta para impedir esses ataques, esse estado policial vai intensificar a destruição do país.