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A farsa da Lei Aldir Blanc

Política da burguesia para a pandemia esmaga artistas de circo

Burguesia joga trabalhadores de circo à sorte, que agora dependem de doações para sobreviver.

A política da burguesia para toda a população pobre foi digna de filme de terror. Os fatos comprovaram que a classe trabalhadora pagou a crise com a sua própria vida. São mais de 300 mil mortos, a vacinação não chegou nem a 8% da população. Ao considerar as dezenas de milhões de trabalhadores a vacina nem começou, visto que ainda se está vacinando pessoas com mais de 70 anos.

No meio de todo esse caos econômico, os grandes monopólios do entretenimento enchem os bolsos como nunca visto antes. Nintendo, Netflix, etc. batem recordes de faturamento na pandemia, enquanto os artistas de rua, circenses, músicos de bar, desabam na miséria. 

O setor circense, que atrai uma boa parte da população operária, com certeza foi um dos setores mais afetados. Com a impossibilidade de aglomeração devido a pandemia, os circenses tiveram literalmente que “enrolar a lona” e passaram o dia 27 de Março, o Dia Nacional do Circo, deixados à própria sorte pelos governos burgueses. Não há nenhuma iniciativa real para o problema da pandemia e a perspectiva para esse setor é zero. Sem um auxílio digno para que pudesse se sustentar em meio à pandemia, muitos retornaram para as suas cidades, migrando para a informalidade e alguns vendendo maçã do amor para o sustento.

Um relato que mostra a política genocida dos governos é do ator Jonathan:

“A subvenção nos coloca numa situação complexa, pois temos que oferecer uma contrapartida e temos que prestar contas. Então, os mesmos governos que te exigem a contrapartida são também os que não dão autorização para o funcionamento. Imagine um circo pobre onde está faltando comida. A família quer usar o dinheiro para se alimentar. Mas não pode, tem que usar esse dinheiro pra comprar uma lona nova para o circo. Isso ajuda em quê? Não adianta ter dinheiro na conta e não ter comida na mesa. É emergencial. Se a situação se prolongar e não for possível reabrir o circo, em algum momento, o circense vai precisar desse dinheiro para sobreviver.”

No Brasil são cerca de 2500 circos pequenos, médios e grandes, que vivem exclusivamente das vendas realizadas através de suas bilheterias. De acordo com a União Brasileira de Circos Itinerantes (UBCI), atualmente mais de 90% dos circos fecharam e mais de 30.000 pessoas – sem levar em consideração os indiretos – foram atingidas pela crise. A UBCI relata também que os circos se uniram e pediram ajuda em todas as esferas políticas, mas sem um retorno e diante do desespero das famílias, a entidade criou uma campanha de arrecadação para ajudar nesse momento.

Com a solidariedade da classe trabalhadora, muitos circenses estão recebendo diversos tipos de doação da população local. Contudo, isso é muito pontual e não resolve minimamente o problema. Como exemplo, a campanha da UBCI com uma vaquinha online levantou apenas R$5.608,77. Outro relato é o desânimo dos artistas que faziam o povo sorrir. Crises depressivas na falta de perspectiva, falta de projeto por parte do governo para os artistas, colocam todos os trabalhadores em uma situação psicológica caótica. Diante disto, é preciso organizar todos os artistas para pressionar o governo a liberar imediatamente as verbas para cobrir suas necessidades, neste momento, de sobrevivência.

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