A epidemia do coronavírus no Brasil juntamente com a política adotada pela burguesia que controla o estado, que protege os bancos enquanto dá migalhas ao povo, tem levado a um massacre da classe trabalhadora e da população mais explorada como um todo, que são os mais atingidos pela crise. O caso da população indígena se destaca como um dos mais graves, enquanto o índice de morte pelo coronavirus no Brasil entre os não índios é de aproximadamente 7% dos infectados, entre os índios infectados o índice de mortes já passa de 10%. São 92 casos de índios confirmados com coronavirus até o momento, com 11 mortes.
A população indígena possui diversas particularidades que a população no geral não possui, como viverem distante dos centros urbanos, se alimentarem de forma diferente, possuirem imunidade mais baixa que os demais, etc. Isto, além várias outras implicações, gera a necessidade de se tomar cuidados específicos quanto à saúde dos indígenas. Neste sentido alguns programas para a saúde tem sido implementados desde a Constituição de 1988 mas nunca foram suficientes para garantir de forma satisfatória o direito dos índios à saúde, como também não acontece com a classe trabalhadora, são prestações extremamente precárias. Ao contrário de terem suas necessidades atendidas, como um dos setores mais explorados da sociedade burguesa, os indígenas sofrem diretamente com as mazelas causadas pelo capitalismo, desde a falta de acesso a um sistema de saúde até a fome. Isto porque muito antes da pandemia do coronavirus, atender às necessidades dos índios já não estava entre as prioridades da burguesia, que ao invés disso, promove seu massacre.
No ano passado, por exemplo, os poucos e limitados programas de atendimento à saúde do povo indígena tiveram cortes de até 16% nas verbas. Como consequência, o quadro geral de saúde dos Índios, que já é ruim, piorou. Em relação à média brasileira, por exemplo, sao os mais desnutridos, os que mais contraem tuberculose e a mortalidade infantil subiu 12%. Não é de se espantar que sejam também atingidos pelo coronavirus de forma mais agressiva,