Um relatório do órgão estatal France Stratégie sobre as reformas fiscais implementadas pelo governo de Emmanuel Macron (partido A República em Marcha) demonstra que os ricos se tornaram ainda mais ricos na França. Isto confirma a percepção popular de que Macron é o presidente dos ricos.
As medidas neoliberais propostas pelo presidente ampliaram o fosso entre a classe trabalhadora e os milionários, em particular os banqueiros. Algumas medidas que favorecem os ricos são a substituição do imposto sobre fortuna (ISF) por um imposto sobre fortuna imobiliária (IFI), e a criação de uma taxa com teto de 30% sobre aplicações financeiras. As reformas de Macron aproximaram a França das políticas fiscais praticadas pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mas estas não melhoraram as condições de vida da população.
No ano de 2018, os rendimentos dos franceses do topo da pirâmide social, cerca de 0,1% da população, aumentaram 27%. Neste mesmo ano, as empresas francesas distribuíram 14,3 bilhões de euros em dividendo. Cerca de dois terços deste valor foram para as contas bancárias da parcela mais rica. Macron foi responsável pelo retorno de bilionários ao país, que se animaram com a perspectiva de pagar menos impostos.
O levantamento do órgão estatal da França não soube responder se o dinheiro dos ricos foi utilizado para investimento produtivo e financiamento de empresas ou se foi colocado para render no mercado financeiro internacional.
A política neoliberal de Macron, apoiada pelo capital financeiro internacional, significa a pilhagem generalizada da população e o rebaixamento crônico de suas condições de vida. A eleição de Macron, resultado de complexas manobras políticas da burguesia, tinha por objetivo colocar no poder alguém capaz de descarregar todo o ônus da crise capitalista nas costas dos trabalhadores. Via de regra, a política neoliberal resulta no agravamento da miséria, desemprego, pobreza e destruição da condições de vida das massas.
O movimento dos coletes amarelos, que sacudiu as ruas da França no final de 2018, é um dos efeitos da política neoliberal. A crise política continua em vigor no país europeu. A pandemia escancarou o caráter criminoso e genocida do neoliberalismo, uma vez que os governos nada fizeram para proteger a população da infecção e morte pelo coronavírus.
O sentido da política neoliberal é a guerra contra os trabalhadores e retirada de todas as suas conquistas históricas. Mesmo na França, um dos principais países imperialistas do mundo, o agravamento do abismo social entre ricos e pobres é uma realidade.