O Ministério da Educação do governo golpista de Jair Bolsonaro prepara a implantação das escolas militares já para o ano de 2020. O programa nacional prevê a criação de 54 escolas militares em todo país, cada estado tendo ao menos uma escola “civico-militar”. A meta estabelecida pelo ministério da educação é implantar 216 escolas do tipo até 2023.
Neste momento, estão reunidos em Brasília 170 profissionais da educação e representantes de estados e municípios. Eles participam de palestras e oficinas sobre o projeto político-pedagógico das escolas cívico-militares, as normas de conduta, avaliação e supervisão escolar, além da apresentação das regras de funcionamento das escolas e as atribuições de cada profissional.
“O evento é destinado a dois grupos envolvidos no programa: diretores e coordenadores de escolas e pontos focais de secretarias estaduais e municipais de Educação, que trabalharão como multiplicadores da informação em suas regiões”. (EBC 10/12/19)
A criação de tal programa é mais uma iniciativa do ministro da Educação, Abraham Weintraub, que é um seguidor do lunático fascista Olavo de Carvalho. Mas do que se trata este novo programa?
Segundo o Ministério da Educação: “O Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares é uma parceria do MEC com o Ministério da Defesa. Cerca de 1.000 militares da reserva das Forças Armadas, policiais e bombeiros militares da ativa vão atuar na gestão educacional das instituições. Em 2020, o MEC destinará R$ 54 milhões para levar a gestão de excelência cívico-militar para 54 escolas, sendo R$ 1 milhão por instituição de ensino”.
A primeira pergunta óbvia para qualquer pessoa que se depare à declarada intenção de “levar a gestão de excelência cívico-militar” para o ensino público brasileiro é: como o mesmo ministro que fez um enorme corte na educação pública em todos os níveis (e que só foi obrigado a voltar atrás depois da enorme mobilização levada à frente pelos trabalhadores e estudantes em todo país) pode estar preocupado com excelência do ensino público? Isso, se tratando de um país onde o investimento em educação é baixíssimo em relação ao PIB (Produto Interno Bruto).
Na verdade, tal projeto é mais uma iniciativa fascista do governo Bolsonaro. O projeto procura criar escolas controladas pelos militares, que são a principal base de apoio do bolsonarismo. A ideia não é exatamente nova. Já foi implantada no nazismo alemão e em regimes fascistas em todo mundo. O objetivo é censurar as escolas de temas que desagradem o governo (vide o projeto “escola sem partido”) e ao mesmo tempo colocar militares vigilantes controlados diretamente pelo exército e pelo governo federal. Assim como na ditadura militar, a proposta prevê professores, estudantes e funcionários sob o controle de verdadeiros interventores militares nas instituições, podendo sofrer todo tipo de punições caso descumpram as ordens.
E para “maquiar” uma suposta melhoria no ensino, o governo prevê o gasto de cerca de 1 milhão por escola, que servirá depois para apresentar uma escola de suposta qualidade, com boa infraestrutura etc, em oposição às demais que sofrem com os constantes cortes nos recursos. Se a ideia é melhorar a educação, porque não aplicar essa mesma verba nas escolas onde não há sequer papel higiênico nos banheiros, para não falar da infraestrutura escolar e dos salários dos servidores?!
Tal projeto deve ser denunciado como aquilo que é: mais uma iniciativa fascista desse governo contra a educação pública de qualidade e contra o povo brasileiro. É preciso alertar toda a população do perigo que representa a continuidade do governo fascista de Bolsonaro e lutar incansavelmente pelo “Fora Bolsonaro”.