Há um ano surgia na França uma gigantesca rebelião popular, encabeçada por aqueles chamados de “Coletes Amarelos”, levando os franceses a um grande confronto nacional contra Macron e a burguesia do país. Desde lá, a palavra de ordem Fora Macron mostrou-se repetidas vezes o verdadeiro desejo popular, que se radicaliza cada vez mais com o passar do tempo.
Esta grande revolta durou por meses consecutivos em toda França e agora, quando muitos consideravam que a situação no país iria esfriar, estoura uma grande greve geral nesta quinta-feira, dia 5, marcada pela luta contra a reforma da previdência organizada por Macron e o próprio regime.
Até agora, do que temos de notícias, já sabemos que esta greve foi capaz de parar praticamente tudo no país, afetando as escolas, hospitais, aeroportos, rodovias e trens. Ao ponto que cerca de 90% das viagens de trem foram canceladas, mais da metade das linhas de metro foram fechadas, além da maior parte dos voos cancelados e escolas fechadas.
A presença de amplos setores da classe operária demonstra o caráter popular da revolta contra o governo, obrigando os aparelhos de repressão franceses a usarem milhares de policiais só em Paris, com medo da passeata marcada para o final do dia.
O governo Macron, alvo de tamanha revolta popular tenta cumprir seu programa neoliberal, aplicando uma reforma da previdência que busca aumentar o tempo de contribuição, hoje já na casa dos 62 anos, assim como diminuir o nível das pensões.
Greve geral contra a reforma da previdência, que começou hoje, não tem data para acabar.
Todos os transportes pararam. #França pic.twitter.com/VNbdKYiTFJ— Andreia 🍥 (@AndreiaBizzo) December 5, 2019
Por todo o país as cidades estão tomadas de manifestantes, já são mais de 800 mil pessoas nas ruas em todas as regiões. Além disso, a greve nos transportes públicos de Paris irá continuar paralisados até segunda-feira, dia nove. A tendência em transformar esta greve em uma por tempo indeterminado é muito evidente dentre os trabalhadores.
Líderes sindicais já informaram que pretendem manter o movimento até ter suas reivindicações alcançadas e a Confederação Geral do Trabalho (CGT) endossa o chamado de todas às ruas contra os ataques de Macron, falando já em até mais de 1 milhão de manifestantes, nesta que vem sendo uma das maiores mobilizações francesas nos últimos anos.
Acompanhando o clima de grande radicalização política por todo mundo, a exemplo dos países latino-americanos, a França, um dos mais importantes países do bloco imperialista vem vendo sua população em um nível de revolta gigantesco. Se no Brasil gritamos por Fora Bolsonaro, os franceses há tempos tem bem claro em suas mentes o mesmo desejo, por Fora Macron derrubar o regime neoliberal e travar uma dura luta contra os grandes capitalistas.
O mundo está pegando fogo, por isso precisamos aproveitar o momento e sair as ruas pelo Fora Bolsonaro assim como os franceses fazem com o Fora Macron.