O golpe de Estado que derrubou Dilma Rousseff em 2016 tem demonstrado sistematicamente: a política de lobby no Congresso, principal forma de atuação da esquerda pequeno-burguesa, está completamente falida. No entanto, como diz o ditado popular, ao que parece “cachorro velho não aprende truque novo”. Há um setor da esquerda que parece simplesmente incapaz de tirar essa conclusão, e segue insistindo nessa política desmoralizada.
De toda a esquerda nacional, o partido que melhor sintetiza essa tendência pequeno-burguesa ao cretinismo parlamentar, como chamava o próprio Marx, é o PSOL, o Partido do Socialismo “com liberdade”. Afinal, todas as vezes que os parlamentares do partido levantam seus imponentes “cartazinhos” no Congresso Nacional, assim como podemos ver na imagem de destaque desta matéria, não há como não pensar no completo fracasso – isso para não falar do ridículo – deste tipo de política.
Se não bastassem todos os momentos decisivos do golpe, onde destacamos como exemplos a aprovação do impeachment de Dilma no Congresso e depois no Senado, ou ainda a condenação e a prisão de Lula, a recente votação da Reforma da Previdência deveria ter enterrado de uma vez por todas as esperanças de quem acredita que há alguma perspectiva de luta no árido terreno que é o parlamento nacional.
Nesse sentido, a votação da Previdência foi bastante pedagógica. A política de lobby no congresso é uma tentativa da esquerda de se opor à voz das ruas, isto é, à mobilização popular pelo “Fora Bolsonaro”. Pois bem, a vida é dura, e a realidade mais uma vez se impôs. De nada adiantou a pressão sobre os parlamentares, os abaixo-assinados, presenciais ou virtuais ou ainda os “cartazinhos” levantados pelos psolistas no congresso.
Para os que acompanham sistematicamente este Diário pode parecer um tanto quanto repetitivo, mas devemos insistir incansavelmente, para ver se entra na cabeça da esquerda brasileira: a única forma de barrar a ofensiva golpista é através da mobilização popular nas ruas, que passa hoje pela mobilização pelo “Fora Bolsonaro” e pela liberdade de Lula.