Rui Costa, governador da Bahia pelo PT, participou de articulações para aprovar a reforma da previdência. O pretexto era supostamente bem intencionado, com a ideia de que sairia disso uma reforma atenuada. No entanto, quando os estados e municípios ficaram de fora da reforma, os governadores do Nordeste, incluindo governadores do PT e Rui Costa, divulgaram uma nota contra os estados ficarem de fora da reforma.
Pelos acordos que fez com a direita em torno da questão da reforma da Previdência, o governador Rui Costa chegou até a ser cobrado publicamente pela direita golpista. O presidente do DEM na Bahia, Paulo Azi, deputado federal, afirmou publicamente que Rui Costa estaria sendo, segundo ele, “omisso”, por não enquadrar os deputados do estado e fazê-los votar a favor da reforma.
“Nada justifica a omissão do governador, afinal Maia acatou os sete pontos sugeridos pelos governadores do Nordeste”, afirmou Paulo Azi, lembrando uma articulação dos governadores junto ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, do DEM, o “general” da reforma da Previdência na casa, nas palavras do golpista Jair Bolsonaro.
Uma situação que mostra o quanto Rui Costa e outros governadores de esquerda, e do PT, estão envolvidos nas negociações da reforma da Previdência, quando deveriam estar chamando atos contra a reforma e apoiando os trabalhadores em sua luta contra essa reforma. É uma gigantesca sabotagem contra os trabalhadores governadores que eram apresentados como um contraponto democrático ao bolsonarismo estarem envolvidos nesse tipo de política.
Depois das eleições, os governadores do Nordeste foram apresentados como uma contraposição democrática ao bolsonarismo favorável aos trabalhadores diante dos ataques da direita golpista. Porém, o desenvolvimento da situação demonstrou que não se pode contar com isso. Para lutar contra a direita golpista e seu governo, os trabalhadores precisam se mobilizar nas ruas, e nada sugere que possam contar com o apoio de governadores como Rui Costa.