Dia 23 de junho foi o dia da parada gay em São Paulo. Neste ano, o tema da marcha, que ocorre todos os anos, foi em homenagem aos 50 anos da rebelião de Stonewall contra a repressão policial à comunidade LGBT no bar Stonewall Inn, em Nova Iorque.
O bar era um reduto de LGBTs marginalizados, pobres, travestis, e a polícia aproveitava a situação para roubar os bares e reprimir a população gay que frequentava. Nos anos 60, a situação foi ficando tão complicada e caótica, a violência gratuita e furtos dos policiais tão frequentes que no Stonewall Inn a situação saiu fora do controle. Uma multidão se revoltou contra os policiais.
A rebelião foi um marco na luta dos LGBT por seus direitos políticos. O bairro, Greenwich Village, que já era politizado, tornou-se então uma local de aglomeração de ativistas pelos direitos dos homossexuais.
Porém, apesar do tema da parada gay deste ano, mais uma vez, as empresas capitalistas aproveitaram fazer demagogia com a comunidade LGBT. Grandes empresas e associações golpistas, como a FIESP, decidiram fingir um apoio à luta dos homossexuais – sempre como uma forma de conter a mobilização política.
É por conta desta característica que a despolitização dos atos vinha crescendo. Porém nos últimos anos, e principalmente, na última parada gay, essa situação foi diferente. Gritos de “Lula livre!”, “Fora Bolsonaro” e “Ei, Bolsonaro, vai tomar no c*” eram ouvidos em todos os momentos.
Milhares de pessoas passavam com adesivos “Fora Bolsonaro” e “liberdade para Lula”, revelando mais uma vez o clima quente da situação política. Em todo lugar onde se aglomera um grande contingente de pessoas, a luta contra o golpe é expressa. Foi assim no Carnaval, nos festivais de música grandes, na marcha da Maconha, assim com nos Estádios de futebol. As manifestações contra a direita estão cada vez maiores.
Por outro lado, a demagogia dos capitalistas também está maior. Como foi dito, as empresas financiaram uma grande estrutura para os atos. Porém, isso não impediu que os seguranças de João Doria (PSDB) e dos fascistas chegassem ao final do horário marcado para o fim da manifestação para expulsar de forma agressiva os manifestantes na Av.paulista.
Uma senhora, militante do PCO, que carregava um pirulito exigindo a liberdade de Lula e a derrubada de Bolsonaro teve seus pertences roubados e o pirulito arrancado, de forma que sua palma da mão começou a sangrar.
Além disso, um casal lésbico que estava se beijando na calçada também foi agredido pelos brutamontes. Uma das mulheres, que decidiu enfrentar os funcionários de Doria, foi empurrada por um homem de duas vezes sua altura, além de diversas outras pessoas que foram agredidas.
Desta forma, a parada gay também expressou o clima da polarização política. De um lado, manifestantes, exigindo a liberdade de Lula e denunciando o governo Bolsonaro, exigindo seu fim; de outro, a direita aumentando a repressão para conter a situação.