No último dia 17, setores da Polícia Militar do Rio Grande do Norte tentaram realizar uma greve contra o governo do Estado. A greve, no entanto, não foi adiante, pois a governadora Fátima Bezerra, do PT, decidiu negociar com os policiais e anistiar todos os participantes do movimento.
O governo do Rio Grande do Norte decidiu criar um grupo de trabalho para tratar das reivindicações salariais da Polícia Militar. Além disso, Fátima Bezerra prometeu implementar promoções e níveis atrasados até julho de 2019. A Segurança Pública será uma das prioridades do governo petista na questão salarial.
O movimento dos policiais militares no Rio Grande do Norte não pode ser visto como um movimento normal de reivindicações salariais de servidores públicos perante o Estado. Nesse caso, a greve tem um objetivo político muito bem definido: o desgaste do governo do PT.
Em primeiro lugar, é necessário considerar que não há greves de policiais sendo organizadas em outros estados do país, embora as condições de trabalho sejam semelhantes. O atraso no pagamento dos salários no Rio Grande do Norte, por sua vez, é um problema que já vem do governo anterior, que não foi contestado em momento algum pela corporação.
A segunda questão que deve ser levada em consideração é que a tentativa de greve do último dia 17 estava sendo dirigida fundamentalmente por grupos de extrema-direita dentro da Polícia Militar. Tais grupos se dizem adversários dos integrantes do movimento Policiais Antifascismo e defendem abertamente o governo Bolsonaro.
O movimento dos policiais militares no Rio Grande do Norte é, portanto, um movimento de caráter golpista e não deve ser subestimado, nem tampouco tolerado pela esquerda. É necessário denunciar as investidas da extrema-direita, organizar a população para combater o governo Bolsonaro nas ruas e não negociar com os golpistas.