Em dez anos na Paraíba mais de mil mulheres foram vítimas de assassinato, essas estatísticas são do Anuário da Segurança Pública da Paraíba. Os dados revelaram uma crescente na violência contra a mulher no estado em 10 anos de acompanhamento, houve oscilação entre os anos analisados, contudo os números apontam claramente uma ofensiva contra as mulheres. De 2009 a 2018 foram 1083 mulheres assassinadas no estado nordestino. O ano em que houve maior número de mortes foi em 2011, apesar disso o governo afirma que os casos diminuíram desde 2010, o que denota que não há de fato um acompanhamento desses casos.
Assim como no presente ano, o índice de violência já se iniciou no estado, marcada pelo mês de janeiro com cerca de 19 casos. Ao longo de uma década, fica claro que não houveram políticas que ampararam as mulheres efetivamente no que diz respeito a violência que sofrem e até mesmo com relação a sua proteção. Demonstrando a real necessidade da organização das próprias mulheres diante de suas questões. A opressão sofrida pelas mulheres em primeira instância é decorrente do estado burguês, além de ser uma maneira de controlar esse setor que é mais da metade da população.
O estado já registrou quatro assassinatos no mês de janeiro, a situação está diretamente alinhada com o avanço da extrema-direita no país, representada pelo governo ilegítimo de Jair Bolsonaro. Com o regime golpista e bolsonarista, a tendência é que a violência contra as mulheres cresça, mediante estímulo da direita fascista que leva setores obscuros -como os autores desses assassinatos brutais- a levantarem a cabeça e praticarem os atos mais pérfidos de maneira dissimulada.
Nesse sentido, é preciso organizar o movimento de mulheres diante de uma política centralizada, e que tenha como objetivo central sua emancipação, autodefesa e que mobilize todas as mulheres a fazerem parte da luta para serem protagonistas de suas reivindicações na prática.