O fascista Bolsonaro não usa de meias palavras quando se trata de deixar claro que o seu objetivo é o de exterminar a população indígena brasileira.
Ainda quando deputado federal, chegou a declarar em discurso na Câmara que “a cavalaria brasileira foi muito incompetente. Competente, sim, foi a cavalaria norte-americana, que dizimou seus índios no passado e hoje em dia não tem esse problema em seu país”.
Agora como presidente eleito pela fraude e pelo golpe, tem dado demonstrações de que colocará em prática o que antes era apenas discurso.
Já afirmou que é contra que os índios vivam em reservas demarcadas, por ele consideradas como “zoológicos”, quer rever a demarcação da Reserva Raposa Serra do Sol, região riquíssima em minérios, para que possa ser explorada pelo grande capital e expulsou mais de 8 mil médicos cubanos do país – muitos, os primeiros médicos a assistir populações indígenas.
É verdadeiramente criminosa a atitude do governo no que diz respeito ao atendimento das necessidades básicas de assistência médica às populações mais carentes, em particular aos indígenas. A maior parte das aldeias afastadas dos grandes centros urbanos do país, estão sem assistência médica desde a saída dos cubanos.
Em regiões com a do Xingu no Pará, das cinco vagas disponibilizadas pelo Programa Mais Médicos para atender o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), nenhuma foi ocupada. Durante cinco anos os médicos cubanos visitavam mensalmente esse distrito composto por mais de 70 aldeias e com uma população estimada em mais de 4 mil índios.
“A gente fica também muito preocupado também porque está chegando o inverno, onde os índios são mais vulneráveis às doenças da época”, afirmou o coordenador do Distrito de Saúde Indígena, João Caramuru.
O quadro de calamidade se reproduz por todo o país. Segundo estudo da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), o fim da participação cubana nos Mais Médicos, implica na perda de 301 médicos de um total de 372, todos alocados em DSEIs espalhados em 19 estados do país.
Já a Secretaria Estadual de Saúde (SUSAM) afirmou em nota que o Amazonas já teve um total de 508 profissionais atuando pelo programa e, desse total, 318 eram cubanos e a maioria trabalhava nos DSEIs.
O desabafo de uma liderança da etnia Munduruku, habitante do Rio Tapajós no oeste do Pará e que era assistida por dez médicos cubanos e apenas um brasileiro para uma população de quase 15 mil indígenas, dá uma pequena dimensão da gravidade do problema com a saída dos médicos cubanos: “Eles pegavam chuva e sol todos os dias, com piuns [espécie de mosquito], sem internet. Vários dias sentados nas voadeiras [lanchas], sem poder encostar as costas para descansar e muitas vezes comendo a comida a que não eram acostumados. Faziam com amor de estar ali com os pacientes. E agora????”, escreveu a liderança munduruku Alessandra Korap, em sua página pessoal no Facebook.
A depender do fascista Bolsonaro e do golpe de Estado, o país assistirá no próximo período o extermínio de populações inteiras de indígenas, seja por doenças causadas pela falta de assistência médica, seja por grileiros e latifundiários que estão recebendo carta branca para invadir as reservas, seja através das grandes mineradoras imperialistas preocupadas em roubar as ricas jazidas de minérios, que se encontram nas reservas indígenas.
É por isso que Bolsonaro não tem nenhuma desfaçatez em chamar as reservas indígenas de “zoológicos”. Para o fascista ali não é a terra do povo indígena, mas sim a terra daqueles que querem transformar o Brasil em uma grande África, objeto da pilhagem e do aniquilamento de sua população.