Da redação – Christianne Machiavelli trabalhou no departamento de comunicação da Lava Jato no prédio da Justiça Federal de Curitiba e assessorou o juiz agente dos EUA Sergio Moro por seis anos.
Em entrevista ao Intercept, ela comprovou o conluio golpista entre a imprensa burguesa e o Judiciário, a Polícia Federal, o Ministério Público e os golpistas em geral na execução da Lava Jato, ampla operação de perseguição política e um dos principais mecanismos do golpe de Estado no Brasil.
Desde o início da operação, em 2014, foi possível perceber o caráter direitista, golpista e pró-imperialista dessa operação, criada e gerenciada pelos Estados Unidos. A imprensa golpista, que sempre desempenhou um papel fundamental na manutenção dos governos de direita e na desestabilização de governos de esquerda, como os do PT, atuou junto a esses outros órgãos antidemocráticos para prender os principais dirigentes petistas, incluindo o ex-presidente Lula.
“Talvez tenha faltado crítica da imprensa. Era tudo divulgado do jeito como era citado pelos órgãos da operação. A imprensa comprava tudo”, revelou Christianne.
Como diz a reportagem, trabalhos jornalísticos minimamente independentes sobre o Estado e os poderosos interesses de setores da burguesia costumam ser difíceis, é preciso batalhar por cada informação, mas na Lava Jato tudo era entregue nas mãos da imprensa golpista. A imprensa, especialmente O Globo, O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo, agiram como verdadeiros porta-vozes de Sergio Moro e dos golpistas da Lava Jato, reproduzindo literalmente os seus discursos.