As eleições de 2018 reafirmaram que os militares ganharam mais poder no legislativo, com a eleição de vários candidatos ligados as Forças Armadas, a bancada militar na Câmara de Deputados aumentou em mais de 100% a sua antiga composição.
No Judiciário, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli mantém-se no cargo vigiado pelo general Fernando Azevedo, o segundo na ordem hierárquica das Forças Armadas, sendo de fato quem comanda a suprema corte.
Para quem ainda tinha dúvidas, o ministro chefe do gabinete de Segurança Institucional, General Sérgio Etchegoyen apareceu ao lado da ministra presidenta do TSE Rosa Weber, em uma coletiva de imprensa, com uma plaquinha indicando ser representante da Presidência da República, um ato falho, que mostra quem de fato manda no Poder Executivo.
As “aproximações sucessivas”, explicadas como sendo o avanço dos militares nos Poderes de Estado, pelo general Hamilton Morão em uma loja maçônica enquanto se discutia a necessidade de um golpe militar contra Temer, já é uma realidade. Agora já estamos na fase de transformar esse Poder conquistado em uma ditadura militar completa.
O episódio do coronel do Exército, que se identifica pelo nome de Carlos de Alves, ameaçando a ministra presidenta do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e todos os seus membros, caso interfiram nas eleições fraudadas que levaram o capitão fascista Jair Bolsonaro e seu vice o General Hamilton Mourão ao controle do Poder Executivo, exemplifica essa fase do golpe, que ganha características de ditadura militar.
Diante da total afronta de um coronel do Exército aos integrantes das “altas Cortes” do país, o Exército simplesmente se faz de desentendido e pede para a PGR (Promotoria Geral da República) investigar.
Na verdade, tudo indica que esse coronel fez ameaças ao TSE sob a cobertura do Exército, até porque o general Villas-Bôas é quem inaugurou esse expediente, as ameaças do uso da força, caso os tribunais no país tomassem decisões contrários aos interesses dos golpistas.