O juiz indicado para a Suprema Corte pelo presidente dos Estados-Unidos, Brett Kavanaugh, é mais um do círculo de Trump que está sendo perseguido pelo imperialismo. Assim como o coordenador de campanha de Donald Trump, Paul Manafort, Kavanaugh está sendo alvo de uma operação ao estilo da Lava-Jato (que também teve origem no Departamento de Justiça norte-americano) que está servindo aos interesses do principal setor do imperialismo, que apoiou Hillary Clinton nas últimas eleições presidenciais, no sentido de cercar politicamente o atual presidente.
O fato é que, desde o início de seu governo, Trump estava ameaçado de sofrer impeachment. Foi uma intensa campanha dos órgãos de imprensa e dos políticos imperialistas – claro, com o apoio da pequena burguesia, de esquerda e de direita – no sentido de promover o impeachment de Trump. Na época, a operação não deu certo pois os Republicanos, partido de Donald Trump, tinham maioria no congresso. E apesar de os republicanos não apoiarem unanimemente o atual presidente, um golpe dado por dentro do próprio partido pode gerar uma profunda crise no regime ditatorial bi-partidário dos Estados Unidos, fundamental para dar um ar de democracia para uma das maiores ditaduras do mundo.
Agora, com a aproximação das eleições de meio de mandato, que pode redefinir uma maioria Democrata (outro partido da “democracia” americana), e assim levar adiante com mais facilidade o Impeachment de Trump, a campanha de calúnias, difamação e perseguição vieram à tona para derrubar o governo, que do ponto de vista do principal setor do imperialismo é um grande inconveniente. Trump não adota uma política que favorece os acordos da grande aliança financeira dos imperialistas. Por isso, em nível internacional, o governo Trump não só tá em crise dentro da própria burguesia norte-americana, como está em desacordo com a política da França, da Inglaterra, da Alemanha e até mesmo de seu, normalmente, fiel aliado, o Canadá, de Justin Trudeau.
A campanha contra Kavanaugh, que tira do fundo do poço uma acusação de assédio sexual que ele teria realizado em sua juventude, é apenas o aprofundamento desta mesma campanha. Assim como o #EleNão, no Brasil, serve aos interesses do imperialismo contra um setor da direita mais fraco, como é o caso do setor que apóia Jair Bolsonaro, o #MeToo, que é usado nos Estados Unidos, como maneira de “denunciar assédios sexuais”, é uma forma do imperialismo de fazer campanha contra um setor semelhante nos EUA. Por isso, a esquerda, revolucionária e operária, não deve cair nestas farsas que se revestem com uma capa de “defesa da mulher”. Precisa entender que a direita só se combate com ação unificada entre a classe operária e os setores oprimidos, pois uma frente com o imperialismo apenas pode favorecer o mais forte, isto é, o próprio imperialismo.