Neste sábado 15, ocorreu a 30ª Conferência Nacional do Partido da Causa Operária. O evento foi inaugurado pelo informe político feito pelo companheiro Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido, e dirigido aos delegados.
O programa do PCO para as eleições
Uma das questões centrais é que o programa do PCO para as eleições é o programa do partido. Não há mais de um programa. Rui explicou que os demais partidos costumam ter um programa no cotidiano e um programa diferente para as eleições, o que faz com que não haja uma coerência programática nos demais partidos.
“Só podemos progredir se tornarmos claro, consciente, para as pessoas, todos os aspectos da nossa política. Esclarecer não apenas nossos militantes, mas outros setores, daquilo que estamos fazendo.”
Como ele explica, para o PCO, o que importa são os interesses de conjunto da classe trabalhadora, por isso o Partido apresentou em sua 30ª Conferência um programa com resoluções para a questão eleitoral, dos negros, das mulheres, da juventude, etc.
Para o PCO, as eleições não são um assunto privado. Os demais partidos, que tratam assim, servem para possibilitar a alguns indivíduos a conquista de algum cargo público, ou seja, na burocracia do Estado. De um vereador, prefeito, etc. Logo, não há uma vinculação programática, mas sim pessoal, da criação de figuras individuais que não tem relação com a luta dos trabalhadores em geral.
Quatro anos do golpe de Estado
O dirigente também disse que apesar do processo do golpe anteceder estes 4 anos, viu-se uma decomposição do regime político, que avança sistematicamente. Após o golpe, o Executivo e o Legislativo caíram nas mãos da extrema direita e das Forças Armadas, o que é um enorme retrocesso político. Uma coisa extremamente perigosa do ponto de vista do funcionamento do regime.
Rui alertou que o Judiciário foi completamente dominado pelos golpistas, anulado como um poder que pudesse defender as instituições da extrema direita, como era a expectativa de setores da esquerda.
Portanto, a intervenção do PCO, dá-se no marco desta importante decomposição do regime político, que se manifesta através da supressão de liberdades políticas. Portanto, toda a situação evolui a direita, apontando para a situação de uma ditadura escancarada no país.
Para ele, a expectativa do conjunto das forças golpistas, ou seja, do conjunto da burguesia, de que a fraude eleitoral de 2018 conseguiria consolidar o regime político foi frustrada! Isto porque, nem Temer, nem Bolsonaro conseguiram dar uma saída à crise capitalista no país, que se aprofunda.
Por fim, Rui destacou a questão crucial para ele:
“Um dos problemas mais mal compreendidos da luta política que estamos travando aqui: como organizar a campanha eleitoral em proveito da luta geral do partido?”
Ele explicou que os partidos de esquerda, que passam o ano todo falando sobre a defesa da mulher, do negro, do LGBT, de repente esquecem tudo isso e se lançam como administradores do Estado capitalista completamente falido. É como se os partidos tivessem uma política para o ano todo, mas quando chegam as eleições, definissem algo completamente distinto e seus partidos passassem a discutir a administração local.
Logo, para o PCO, as eleições são apenas a continuação da luta política do Partido, que deve servir para a ampliação das campanhas, uma vez que as pessoas acabam discutindo mais sobre a política, etc. Portanto, o partido levará para as eleições o seu programa, por um governo dos trabalhadores da cidade e do campo, que passa neste momento pela revindicação de barrar o genocídio através do Fora Bolsonaro e todos os golpistas.