Um novo vazamento do site The Intercept Brasil, que vem revelando conversas de membros da força-tarefa Lava-Jato em uma série de reportagens chamada Vaza-Jato, relatou que os membros da Lava-Jato tiveram acesso a uma investigação confidencial sobre Lula sem nada declarar para nenhum órgão do Judiciário. O documento foi compartilhado de modo informal, através do aplicativo Telegram.
O caso ocorreu em 2016, enquanto a Lava-Jato preparava a operação que obrigaria Lula a depor numa condução coercitiva. Semanas antes do episódio da condução coercitiva, os procuradores tiveram acesso a um Procedimento Investigatório Criminal (PIC), que deveria ser revelado apenas um mês depois.
Os PICs são instrumentos usados pelo Ministério Público Federal para iniciar investigações preliminares sem precisar de autorização da justiça. Com relação a PICs que estavam sob seu domínio, os quais o Ministério Público Federal exigiu acesso no começo do mês passado, a Lava-Jato afirmou que “o compartilhamento de PICs é indevido e que deveria ser pontual, feito apenas mediante justificativa cabível e pedido formal”, agindo de forma totalmente diversa de quando exigiram os PICs sobre Lula no período anterior à sua condução coercitiva, em 2016.
A investigação à qual a Lava-Jato teve o acesso ilegal dizia respeito a um possível lobby realizado por Lula para beneficiar a construtora brasileira Odebrecht em licitações de obras a serem realizadas em países no exterior, como Venezuela, Cuba, Panamá, República Dominicana e Angola. Este seria apenas mais uma das tantas investigações que o aparato repressivo do estado, dominado pelo imperialismo, vem levando adiante contra o ex-presidente.
Todo este caso serve para evidenciar algo que todos já sabíamos: a Lava-Jato age e sempre agiu de forma totalmente irregular, no que diz respeito aos procedimentos legais do país. Isso é válido não só para essa operação, mas para tantas outras que são realizadas pelo judiciário e pelos órgãos policiais, em todos os âmbitos. Além disso, a própria lei brasileira é elaborada e aprimorada cada vez mais no sentido de realizar uma verdadeira perseguição contra a população brasileira e anular todo seu direito à defesa e a presunção de inocência.
A única forma de combater essa situação é através da mobilização popular, que deve exigir o fim da operação golpista Lava-Jato, cuja principal finalidade era a de derrubar o governo eleito do PT e a de prender seu principal dirigente, Luiz Inácio Lula da Silva. Hoje, o ex-presidente Lula foi privado de todos os seus direitos políticos por ter sido condenado em processos totalmente farsescos, com atividade criminosa em todas as etapas de sua elaboração. Se tal abuso pôde ser cometido contra uma das principais lideranças populares do país, abusos semelhantes e até piores poderão ser cometidos contra o resto de toda a população brasileira. É preciso sair às ruas e exigir a restituição de todos os direitos políticos de Lula, além do já mencionado fim da Lava-Jato!