O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (10) a imposição de uma tarifa de 100% sobre produtos chineses, a partir de 1º de novembro. A decisão, comunicada via rede social, marca uma nova escalada na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
O estopim para a decisão de Trump foi a iniciativa da China de restringir a exportação de elementos ligados às terras raras, minerais essenciais para a indústria de alta tecnologia. Em uma publicação em sua rede social, a Truth Social, Trump acusou a China de ter enviado uma “carta extremamente hostil ao mundo”, anunciando controles de exportação em larga escala sobre “praticamente todos os produtos que produz”. Segundo o presidente, essa medida, sem precedentes no comércio internacional, seria uma “vergonha moral”. Em resposta, além da tarifa, os EUA também imporão controles de exportação sobre “todo e qualquer software crítico” a partir da mesma data.
Horas antes do anúncio, Trump já havia criticado o governo chinês e chegou a cancelar um encontro com o presidente Xi Jinping, que ocorreria nos bastidores da Cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), na Coreia do Sul. O cancelamento foi justificado por Trump como “agora não há motivo algum” para a reunião, sinalizando o aprofundamento do fosso diplomático entre os dois países.
A nova fase do conflito é diretamente ligada às terras raras, um grupo de 17 elementos químicos cruciais para a produção de tecnologias de ponta, como chips para celulares, computadores e equipamentos militares. Embora esses minerais existam em abundância em diversos países, a China detém o monopólio do processamento, controlando mais de 90% da produção mundial de terras raras processadas e ímãs.
Após o anúncio de Trump, o índice Dow Jones recuou 1,90%, o S&P 500 caiu 2,71% e o Nasdaq Composite teve a maior queda percentual diária desde abril, com 3,56%.




