Editorial

Trégua em Gaza; e agora?

Após troca de prisioneiros vitoriosa para a Resistência, debate no Oriente Médio está centrado na governança da Palestina

A troca de prisioneiros ocorrida nesta segunda-feira (14) foi, sem dúvida, mais uma grande vitória da Resistência Palestina — em especial, de sua vanguarda, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas). Após dois anos de guerra, o grupo conseguiu trocar 20 prisioneiros israelenses por quase dois mil prisioneiros palestinos. Destes, 250 eram prisioneiros antigos, encarcerados antes de 7 de outubro de 2023.

Entre os libertados pelo Hamas, estão integrantes importantes de outras organizações, como a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), e lideranças da luta armada, como Mahmoud Issa, um dos primeiros membros das Brigadas Al-Qassam.

Só é possível fazer um acordo como este se as condições forem extremamente favoráveis para a Resistência. E de fato são. “Israel” perdeu pelo menos 20 mil soldados, de acordo com o próprio governo sionista. É uma cifra impressionante, que corresponde a um quarto da quantidade de soldados perdidos pelos Estados Unidos em seu primeiro grande desastre militar, a Guerra do Vietnã, que durou mais de uma década.

Junto aos feitos militares, está o impacto na propaganda. A Resistência conseguiu mudar de maneira definitiva a opinião pública mundial. “Israel” se tornou um pária internacional, como a África do Sul da época do apartheid. A causa palestina foi colocada no centro dos acontecimentos graças à tenacidade de um grupo guerrilheiro de um território que tem o tamanho de um bairro de uma cidade grande como São Paulo.

A vitória do Hamas, por mais importante que seja, é ainda parcial. Conforme todas as partes envolvidas deixaram claro, não há acordo sobre o governo da Faixa de Gaza. A ala direita do governo de Benjamin Netaniahu já deixou claro que, caso o Hamas não seja desarmado, deixará o governo. O próprio Netaniahu indicou concordar com os ministros de extrema direita. Já os representantes dos países imperialistas, como o presidente francês Emmanuel Macron, debatem sobre sua participação no governo de Gaza.

Do outro lado, o Hamas refutou qualquer proposta de se desarmar antes que a ocupação israelense de seus territórios tenha fim. O grupo palestino ainda se colocou contra qualquer ingerência estrangeira sobre Gaza.

Esta divergência é fundamental e inconciliável. A própria imprensa imperialista viu com bons olhos a trégua, mas demonstrou muito ceticismo sobre a capacidade de Donald Trump de fazer as partes entrarem em um acordo sobre a questão.

Apenas a luta definirá o próximo passo. Sabendo disso, o próprio imperialismo intensificou sua propaganda caluniosa contra o Hamas, procurando isolar a Resistência Palestina.

Mais do que nunca, defender o povo palestino é defender o Hamas. É preciso defender a Resistência contra as investidas do imperialismo e deixar claro que apenas o povo palestino tem o direito de determinar como será o seu governo, em Gaza e na Cisjordânia.

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