A procuradora-geral de Nova Iorque, Letitia James, uma das principais adversárias de Donald Trump, foi acusada de fraude hipotecária em uma investigação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos. A acusação vem três anos após James ter movido um processo contra o atual presidente por fraude financeira, resultando em sua condenação.
Letitia James foi indiciada por um júri da Virgínia sob suspeita de ter falsificado documentos para obter empréstimos imobiliários com condições mais vantajosas. A investigação começou após uma carta enviada ao Departamento de Justiça por William Pulte, diretor da Agência Federal de Financiamento da Habitação e indicado por Trump. Pulte acusou a procuradora de ter declarado, em um pedido de hipoteca, que uma casa comprada em 2023 na Virgínia seria sua residência principal, embora ela resida em Nova Iorque.
O advogado de James, Abbe Lowell, afirmou que a declaração foi um erro e que a procuradora deixou claro em outros documentos que a propriedade não seria sua residência principal. No entanto, a procuradora dos Estados Unidos para o Distrito Leste da Virgínia, Lindsey Halligan, declarou que Letitia James foi indiciada por fraude bancária e declaração falsa a uma instituição financeira, crimes que podem resultar em pena de até 30 anos de prisão.
Em resposta às acusações, Letitia James negou qualquer irregularidade e as classificou como uma “continuação da tentativa desesperada do presidente de usar o sistema de Justiça como arma”. Nos últimos dias, o ex-diretor do FBI, James Comey, também foi acusado de falsas declarações e obstrução de investigação. Trump critica Comey há anos pela condução da investigação sobre os contatos entre sua campanha de 2016 e autoridades russas.
Além disso, o Departamento de Justiça abriu investigações contra o senador democrata Adam Schiff, que liderou o processo de impeachment de Trump em 2019, e Lisa Cook, integrante do Federal Reserve nomeada pelo presidente Joe Biden.
Em 2022, Letitia James denunciou a Trump Organization, empresa de Donald Trump, por enganar bancos e autoridades fiscais. A procuradora alegou que Trump e sua empresa inflaram por uma década o valor de ativos e seu patrimônio líquido em até US$2,23 bilhões (cerca de R$ 12 bilhões) para obter melhores condições em empréstimos e seguros.
Em 2024, um juiz impôs uma multa de US$464 milhões a Trump, mas o valor foi anulado por um tribunal de apelações por ser considerado “excessivo”, embora a condenação por fraude tenha sido mantida.



