Apesar da insistência do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) para que o nome de Maruã Barguti estivesse na lista de libertos na troca de prisioneiros negociada junto ao acordo de cessar-fogo, o Estado de “Israel” tem feito o possível para impedir que o revolucionário palestino saia de trás das grades.
Nesta segunda-feira (13), “Israel” permitiu que 1.968 palestinos deixassem seus presídios, incluindo alguns importantes integrantes das Brigadas Al-Qassam, braço armado do Hamas. No entanto, a liberdade de Barguti segue sendo um tabu.
Barguti é um líder palestino proeminente, ex-combatente do partido Fatá e figura central na Segunda Intifada (2000 – 2005), quando foi um importante líder da resistência armada contra a ocupação israelense, liderando a milícia popular Tanzim, composta então por membros da juventude do Fatá.
Anteriormente, quando do início da sua militância, aos 15 anos, ele foi um dos co-fundadores do Movimento Juvenil do Fatá (Shabiba) e chegou a ocupar o cargo de Secretário-Geral deste partido na Cisjordânia na década de 1990. Com o fracasso dos Acordos de Oslo e da Cimeira de Camp David, Barghouti chegou a declarar que os protestos populares e as “novas formas de luta militar” seriam características da “próxima Intifada“.
Por sua luta revolucionária, ele se tornou um dos principais símbolos da luta palestina por autodeterminação. Preso por “Israel” desde 2002, é visto por muitos palestinos como um herói nacional e possível futuro líder político, jamais tendo renunciado à defesa da luta armada.
Sua libertação aprofundaria a crise da Autoridade Palestina, que, sob a presidência do cachorro do sionismo Mahmoud Abbas (que lidera o Fatá há décadas), é um mecanismo do sionismo e do imperialismo para continuar a ocupação colonial da Palestina.
O fato de o Hamas estar pedindo a libertação de Barguti mostra o quanto a política do partido é revolucionária, afinal, estão pedindo para soltar uma pessoa que é líder de outro partido e, ao mesmo tempo, um dos líderes palestinos mais populares.
A libertação de Barguti dificultaria ainda mais a manutenção da ditadura de Mahmoud Abbas sobre o Fatá e sobre a Autoridade Palestina, uma ditadura a serviço do sionismo e do imperialismo, como já dito.
Em 2021, quando deveriam ter sido realizadas eleições presidenciais para a Autoridade Palestina, Barguti tinha mais de o dobro de intenção de votos que Abbas. No entanto, Abbas cancelou as eleições, utilizando como pretexto “Israel” ter proibido a votação em Jerusalém Oriental (possivelmente houve coordenação entre Abbas e a entidade sionista).




