Em matéria publicada no sítio do jornal independente MintPress News no último dia 5, Jessica Buxbaum desmascara a demagogia dos países europeus diante do genocídio cometido pelos sionistas na Faixa de Gaza. A jornalista demonstra que, em meio à ampla campanha de rearmamento do imperialismo europeu para levar adiante uma guerra de larga escala contra os russos, um dos grandes vencedores é o “Estado de Israel”:
“Segundo o Stockholm International Peace Research Institute (SIPRI), entre 2020 e 2024, as importações de armas europeias aumentaram em 155% em comparação com o período de cinco anos anterior. Neste mesmo período, Israel subiu posições no ranking dos exportadores de armas do mundo, tornando-se o oitavo maior.”
Na matéria, Buxbaum revela que, desde o início do genocídio, países como Espanha, Alemanha, Finlândia, Grécia, Holanda, Áustria, Polônia, Eslováquia, República Checa, Sérvia e Suécia adquiriram armamentos da entidade sionista.
Os casos mais escandalosos são os da Espanha, da Alemanha e da Holanda. Com grifos nossos:
“[…] O primeiro-ministro [espanhol] Pedro Sánchez chegou a pedir uma moratória global de armas. No entanto, em abril de 2025, o Centro Delas, um think tank sediado em Barcelona, revelou que o governo espanhol havia assinado 46 contratos, totalizando US$1,2 bilhão, com fabricantes de armas israelenses desde o início do conflito.
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Na maior venda de armas de Israel até hoje, a Alemanha adquiriu o sistema de defesa antimíssil Arrow 3, produzido em conjunto por EUA e Israel, por US$4,3 bilhões, em setembro de 2024. Em fevereiro de 2025, o exército alemão comprou os sistemas de artilharia de lançadores de foguetes PULS, da Elbit, em um acordo de US$57 milhões. Dois meses depois, o Ministério da Defesa da Alemanha anunciou a aquisição de munições vagantes — conhecidas como ‘drones suicidas’ — das empresas israelenses UVision e Israel Aerospace Industries.
A Alemanha é o segundo maior fornecedor de armas para Israel, atrás apenas dos Estados Unidos, e Israel é um dos principais exportadores de armas para a Alemanha, fornecendo 13% dos armamentos do país.
‘Componentes israelenses estão integrados às capacidades militares da Alemanha, e isso, para eles, é muito mais importante do que qualquer decisão do Tribunal Internacional de Justiça sobre genocídio’, disse Jeff Halper, antropólogo israelense e autor de War Against the People, que detalha como Israel utiliza sua tecnologia bélica contra os palestinos.
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Em setembro de 2024, a Marinha holandesa adquiriu duas embarcações equipadas com drones e mísseis por um valor entre US$279 milhões e US$1,1 bilhão. Em dezembro, os Países Baixos concederam à Elbit Systems um contrato de US$ 175 milhões para fornecer sistemas de proteção de aeronaves e helicópteros contra mísseis antiaéreos a esse membro da OTAN.”
Do ponto de vista retórico, os governos europeus condenam o extermínio do povo palestino. Na prática, são grandes fiadores do genocídio em curso na Palestina ocupada. E o mais escandaloso é o motivo: por que compram armas da entidade sionista?
“Os militares geralmente demonstram grande interesse pela experiência real testemunhada por outras forças armadas”, disse o Dr. Iain Overton, diretor-executivo da Action on Armed Violence, ao MintPress News. “Os repetidos ataques de Israel a Gaza e à Cisjordânia — assim como suas prolongadas campanhas na Síria e no Líbano — tornaram-se centrais em sua estratégia de marketing”.
Ou seja, os crimes de guerra são o atrativo. As armas são comercializadas com o selo de terem sido “testadas em combate” — ou, mais precisamente, utilizadas contra populações civis indefesas. Isso expõe, do ponto de vista militar, por que a doutrina dos países imperialistas foi superada pelos russos na guerra da Ucrânia. Quando o critério de eficácia se resume à destruição de civis desarmados ou de exércitos incapazes de reagir, o resultado, diante de potências militares organizadas, é o fracasso — como se comprovou.
O imperialismo transformou a Palestina em um verdadeiro laboratório de repressão contra populações civis. Os facínoras de “Israel” exportam métodos para as polícias militares de todo o mundo, inclusive para as PMs brasileiras, sobre como esmagar os que não podem se defender. No entanto, a resistência armada palestina demonstrou que, longe de representar a salvação do imperialismo decadente, os israelenses e seu arsenal estão muito aquém da “tarefa”.