Espírito Santo

PM fala em ‘confronto’ após matar jovem, mas moradores desmentem

Testemunhas negaram que Robson estivesse armado, contradizendo versão oficial, indicando ainda que ele foi morto devido a um desentendimento ocorrido horas antes com um PM de folga

A Polícia Militar do Espírito Santo assassinou, na noite de sábado (8), o jovem Robson Ferreira Alves, de 25 anos, no bairro Jardim Carapina, na Serra. O crime foi cometido sob a justificativa de um suposto “confronto” armado, versão oficial que rapidamente foi desmentida por moradores da região.

Segundo a PM, os policiais teriam sido chamados para atender a uma denúncia de que um homem circulava armado pelo bairro. Ao chegarem à Rua Presidente Kennedy, onde Robson estaria, os agentes afirmam que ele teria sacado uma pistola 9mm de numeração raspada e disparado contra a guarnição, que teria revidado. Essa história, no entanto, entra em choque com os relatos da comunidade local, que testemunhou a execução do jovem.

Conforme apurou a TV Gazeta, os moradores negam que Robson estivesse armado. Segundo testemunhas, ele foi morto devido a um desentendimento ocorrido horas antes com um policial militar de folga. Ou seja, a ação da PM nada teve de uma “operação” para garantir segurança, mas sim de uma retaliação brutal e covarde, resultando na execução sumária de um jovem negro e pobre da periferia.

A versão policial, como de costume, busca transformar a vítima em “suspeito” para justificar mais um assassinato cometido pelo Estado contra a população oprimida. Os PMs ainda alegam que a suposta arma do jovem será encaminhada para perícia, um procedimento que serve mais para reforçar a versão oficial do que para esclarecer os fatos. Afinal, quantas vezes já se viram armas “aparecendo” convenientemente após execuções cometidas por policiais? A impunidade é garantida pelas próprias instituições que se protegem mutuamente, formando uma engrenagem de repressão contra o povo.

Após os disparos que tiraram a vida de Robson, ele foi levado ao Hospital Jayme Santos Neves, mas não resistiu. Seu corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para necropsia antes de ser entregue à família, mais um caso onde a PM age como se fosse tribunal e carrasco da juventude periférica.

A Polícia Civil afirma que o caso será investigado pelo Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DEHPP), uma tentativa de dar aparência de legalidade ao assassinato. No entanto, a história se repete: investigações conduzidas pelo próprio aparato repressivo do Estado dificilmente responsabilizam os agentes envolvidos. Enquanto isso, a corporação se limita a sugerir que os moradores denunciem suas versões à Corregedoria, um procedimento meramente burocrático, que nunca resultou em justiça real para as vítimas da violência policial.

O que aconteceu na Serra é mais um capítulo da guerra sistemática que a Polícia Militar trava contra o povo trabalhador, especialmente a juventude negra e pobre das periferias. O caso de Robson não é isolado. Enquanto a PM e a polícia continuarem existindo, continuarão agindo como o braço armado da burguesia para controlar e oprimir as massas, de modo que mortes como essa seguirão acontecendo.

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