Mais duas crianças palestinas morreram de inanição e desnutrição na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas, à medida que o criminoso bloqueio de “Israel” continua a sufocar o fornecimento de alimentos e ajuda essenciais para o território costeiro.
Fontes médicas informaram no sábado que as mais recentes mortes elevaram o número total de óbitos relacionados à fome para 459, incluindo 154 crianças.
De acordo com os dados mais recentes das autoridades de saúde palestinas, desde que a Classificação Integrada da Fase de Segurança Alimentar (IPC) declarou a fome na Faixa de Gaza em agosto, 181 mortes foram registradas, incluindo 39 crianças.
O relatório publicado pelo painel de especialistas apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) confirmou que a guerra de quase dois anos de “Israel” levou partes de Gaza a uma fome “causada pelo homem”. O painel alertou que, até o final de setembro, quase um terço da população total de Gaza enfrentaria condições de fome. O relatório do IPC também alimentou a crescente indignação internacional sobre o uso contínuo de Israel da fome para infligir genocídio contra os palestinos.
Em um acontecimento relacionado, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) destacou as mortes de uma menina de nove anos, identificada como Jana, e de sua irmã de dois anos, Jouri, que morreram de desnutrição aguda em agosto e setembro no norte de Gaza.
A gerente de comunicação do UNICEF, Tess Ingram, disse em uma mensagem de vídeo que Jana havia sido tratada em um hospital por desnutrição em 2024 e se recuperou, apenas para ter uma recaída e morrer em 17 de setembro deste ano.
Ela disse que o mundo “falhou com Jana tantas vezes — falhou com ela em relação à comida, duas vezes”.
“Uma menininha forçada a suportar tanta dor por causa de decisões deliberadas que foram tomadas para restringir a entrada de alimentos na Faixa de Gaza.”
Segundo Ingram, o UNICEF originalmente havia evacuado Jana para tratamento no sul de Gaza há mais de um ano, onde ela se recuperou. “Lembro-me de segurar sua frágil mãozinha e ajudá-la a entrar na ambulância”, disse ela.
Quando Jana se recuperou, ela e sua mãe retornaram ao norte de Gaza para ficar com a família durante um cessar-fogo no início deste ano. Mas o bloqueio contínuo de “Israel” à ajuda permitiu que a fome retornasse, ceifando a vida da irmã de Jana, Jouri, em 20 de agosto.
Na época, a funcionária do UNICEF alertou que Jana estava “quase sem esperanças” em um hospital na Cidade de Gaza, onde estava recebendo tratamento.
“Sua última esperança — a evacuação médica para fora da Faixa de Gaza — falhou com ela. Nenhum país se mobilizou e conseguiu tirar Jana de lá”, disse Ingram.
De acordo com o UNICEF, a história de Jana e sua irmã é um “lembrete devastador de que as vidas das crianças em Gaza estão em risco não apenas por ataques aéreos, mas também pelas condições de vida”.
“Esta guerra deve acabar agora. A ajuda deve ser permitida na Faixa de Gaza, incluindo alimentos e suprimentos de nutrição. Os humanitários devem ser autorizados a fazer seu trabalho”, acrescentou Ingram.
De acordo com Michael Fakhri, o Relator Especial da ONU sobre o Direito à Alimentação, o regime israelense “construiu a máquina de fome mais eficiente que se possa imaginar.”
Ele disse: “Israel está usando alimentos e ajuda como arma para humilhar, enfraquecer, deslocar e matar palestinos em Gaza.”




