O Parlamento do Irã aprovou nesse domingo (22) uma medida histórica que autoriza o fechamento do Estreito de Ormuz, uma das rotas marítimas mais importantes do mundo, por onde transita cerca de 30% do petróleo transportado globalmente. A decisão foi tomada em resposta ao ataque criminoso dos Estados Unidos contra as instalações nucleares iranianas, ação ordenada por Donald Trump em socorro ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netaniahu.
Aprovado por ampla maioria, o projeto de lei confere poderes legais ao governo iraniano para bloquear completamente o estreito em caso de ameaças à segurança nacional. Embora a resolução ainda precise ser ratificada pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional e pelo líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei, sua aprovação parlamentar já é vista como um passo decisivo em direção a uma possível ação militar e econômica de grande escala.
A justificativa oficial para a medida é a retaliação aos recentes bombardeios realizados pelos Estados Unidos em complexos nucleares nas cidades de Natanz, Fordow e Isfahan. Segundo o governo iraniano, os ataques representam uma grave violação da soberania nacional e justificam uma resposta proporcional.
O Estreito de Ormuz, localizado entre o Irã e Omã, é um gargalo vital para o comércio internacional de petróleo. Diariamente, milhões de barris de petróleo extraídos de países como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Cuaite passam por esse estreito, sendo escoados para a Ásia, Europa e América. Seu bloqueio total ou parcial teria consequências imediatas sobre os mercados globais, pressionando o preço do barril de petróleo e aumentando os custos logísticos em escala internacional.
O Comandante da Marinha da Guarda Revolucionária do Irã anunciou que o Estreito de Ormuz poderá ser fechado em poucas horas, como resposta direta. Em nota oficial, a Guarda declarou:
“A agressão coordenada entre EUA e ‘Israel’ constitui um crime flagrante contra instalações pacíficas. Eles subestimam nossa capacidade e aumentam sua própria vulnerabilidade. Temos os locais de decolagem dos aviões inimigos sob vigilância total.
Os ataques contra centros pacíficos não enfraquecerão nossa tecnologia nuclear, pelo contrário, reforçarão a determinação de nossos cientistas.
A Operação Promessa Verdadeira 3 continuará com precisão e força. As bases americanas serão alvos legítimos, e respostas além dos cálculos do agressor serão aplicadas.”
A decisão do parlamento ocorreu em meio a um dia de vários acontecimentos importantes relacionados à guerra entre Irã e “Israel”.
Após o ataque norte-americano, o Irã lançou, na madrugada desse domingo, uma das mais contundentes ofensivas militares contra a entidade sionista desde o início da Operação Promessa Cumprida 3, o contra-ataque iraniano deflagrado em 13 de junho após o bombardeio covarde nazissionista contra seu povo. As ações desse domingo atingiram diretamente alvos estratégicos nas cidades de Haifa, Telavive e outras localidades.
De acordo com o Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC), foram disparados ao menos 40 mísseis balísticos de longo alcance, incluindo os novos modelos Kheibar-Shekan, com ogivas múltiplas e manobrabilidade durante a fase terminal de voo. Além disso, mais de 200 veículos aéreos não tripulados (VANTs) suicidas também foram utilizados, totalizando 215 armamentos ofensivos na 18ª, 19ª e 20ª ondas da operação.
As ações foram classificadas pelo próprio IRGC como as mais bem-sucedidas dos últimos dias, com 14 alvos estratégicos militares atingidos apenas na 18ª onda. Entre os principais alvos atingidos estão:
- Aeroporto Ben Gurion
- Centro de Pesquisas Biológicas da entidade sionista
- Centros de comando e controle alternativos
- Sail Tower, sede da empresa de IA militar AI12 Labs
- Base aérea de Ouda (comando cibernético)
- Refinaria de Haifa
- Indústrias semicondutoras de Kiryat Gat
- Centro Rafael, em Haifa
Entre os danos causados, está o desabamento de um abrigo antibombas em Telavive, onde dezenas de pessoas ficaram presas. Em Ness Ziona, ao sul da cidade, cerca de 20 pessoas ficaram soterradas sob os escombros.
O ministro fascista Itamar Ben Gvir declarou abertamente que “não permitirá” que a emissora catariana Al Jazeera transmita imagens da Palestina Ocupada, acusando seus jornalistas de espionagem. Ao mesmo tempo, a polícia sionista passou a perseguir jornalistas estrangeiros, à procura de repórteres da rede.
Em outra frente de ataque, hackers iranianos também invadiram a conta oficial da Autoridade de Antiguidades de “Israel”, publicando a seguinte mensagem:
“Em breve, todos os líderes israelenses pagarão pelos crimes de guerra que cometeram.”
Enquanto isso, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netaniahu afirmou que os ataques dos Estados Unidos às instalações nucleares iranianas foram totalmente coordenados com “Israel” e revelou ter recebido uma ligação imediata do ex-presidente Donald Trump após a operação. Já o ministro de extrema-direita Ben Gvir celebrou os ataques, dizendo:
“Deus abençoe o presidente Trump. Deus abençoe os Estados Unidos. Deus abençoe o primeiro-ministro Netaniahu e as Forças de Defesa de Israel.”
Por outro lado, diversos grupos da resistência se pronunciaram em apoio ao Irã e em condenação aos ataques norte-americanos. O Hamas classificou os ataques como “escalada perigosa” e expressou solidariedade total ao Irã. O Ansar Alá, que governa o Iêmen, afirmou que a agressão é parte de um plano maior contra os povos muçulmanos e anunciou que sua resposta militar está a caminho, prometendo atingir alvos dos Estados Unidos no Mar Vermelho.
Apesar dos bombardeios dos Estados Unidos às instalações nucleares em Fordow, Natanz e Isfahan, a imprensa iraniana informou que não houve explosões relevantes na área de Fordow e que todo o material nuclear havia sido removido previamente como medida de precaução.
O chanceler iraniano, Abbas Araghchi, declarou que não há mais como retornar à diplomacia sob ataques:
“Buscamos a via diplomática. Foram os EUA e ‘Israel’ que explodiram esse caminho. Esperar que o Irã retorne à mesa depois disso é ilógico.”
Araghchi também anunciou que viajará a Moscou para se encontrar com Vladimir Putin, ressaltando a aliança estratégica com a Rússia.
“Esta não é apenas uma agressão contra instalações, é um assassinato do direito internacional.”
Segundo a agência de notícias britânica Reuters, mais de 25 mil pessoas requisitaram voos para deixar “Israel” nas últimas 24 horas, por meio da companhia aérea El Al. A escalada dos ataques iranianos e o temor de uma resposta ampliada do Eixo da Resistência têm gerado pânico e sensação de colapso generalizado entre os colonos.