O Prêmio Nobel da Paz concedido à golpista Corina Machado é um sinal claro de guerra. O imperialismo acaba de dar o tiro de largada para uma intervenção militar direta na Venezuela. O prêmio, que de “paz” não tem absolutamente nada, visa preparar a opinião pública internacional para mais uma agressão contra um país soberano da América Latina.
Corina Machado é uma velha conhecida da política venezuelana. Foi uma das figuras centrais do golpe de 2002 contra Hugo Chávez, da tentativa de golpe de 2014 contra Nicolás Maduro, e cúmplice direta do saque das reservas de ouro venezuelanas executado por Juan Guaidó sob ordens do governo norte-americano. É uma agente do imperialismo, financiada e dirigida pelos Estados Unidos. Quando o grande capital resolve “premiar” alguém como ela, a mensagem é clara: é hora de retomar a ofensiva contra o governo Maduro.
Os indícios se acumulam. Denúncias da própria Rússia alertam para pressões dentro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e do Departamento de Estado norte-americano por uma ação militar “direta e decisiva” na Venezuela. É o mesmo roteiro usado na Líbia e na Síria: primeiro, a demonização do governo legítimo; depois, o isolamento diplomático e econômico; e, por fim, a agressão armada, sob o pretexto de “restaurar a democracia”. O Nobel de Corina Machado é o início dessa campanha, o verniz “humanitário” para justificar uma nova guerra imperialista em solo sul-americano.
O silêncio do governo Lula diante dessa escalada é um escândalo. O Brasil, que deveria ser a primeira voz a denunciar a ameaça contra um país vizinho, prefere a “neutralidade” — a mesma neutralidade que, na prática, sempre favorece o agressor. A América do Sul está na mira do imperialismo, e o governo Lula, em vez de tomar partido da Venezuela, continua repetindo o discurso da “democracia”, exatamente o tipo de postura que abre caminho para a intervenção.
É preciso compreender a gravidade do momento. O imperialismo norte-americano, em crise e derrotado em várias frentes, tenta recuperar sua autoridade pela força. E a Venezuela, com suas imensas reservas de petróleo e sua posição estratégica, é o alvo natural dessa política.
O povo brasileiro e a esquerda precisam soar o alarme. Se a Venezuela for atacada, será um ataque a toda a América Latina. É dever dos trabalhadores, dos partidos verdadeiramente anti-imperialistas e das organizações populares levantar-se imediatamente contra essa ofensiva.





