Nesta quarta-feira (15), o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), através de sua ala militar (as Brigadas do Mártir Izz El-Din Al-Qassam), entregaram os últimos prisioneiros israelenses que ainda estavam vivos.
Em declaração, as Brigadas afirmaram que “a Resistência cumpriu o combinado e entregou todos os cativos vivos que possuía e os corpos que conseguiu alcançar”, acrescentando que “quanto aos corpos restantes, eles exigem grandes esforços e equipamentos especiais para procurá-los e extraí-los, e estamos nos esforçando ao máximo para encerrar este caso”.
No dia anterior (terça-feira, 14/10), sob o pretexto de que o Hamas não havia entregado os corpos dos israelenses mortos de propósito, e não por dificuldades em encontrá-los em meio à destruição provocada pelos bombardeios das forças de ocupação, “Israel” ameaçou a fechar a passagem de Rafá (fronteira Gaza-Egito) e reduzir para 300 (metade) a quantidade ajuda humanitária que está entrando em Gaza, limitando também a entrada de combustível.
Contudo, às 22h00 de terça-feira, combatentes da Resistência entregaram, à cruz vermelha, quatro corpos de prisioneiros israelenses que morreram. O momento foi registrado e imagens foram obtidas pela emissora Al Jazeera. Veja:
Após a entrega dos corpos, órgãos de imprensa israelense noticiaram que “Israel” recuara nas restrições à entrada de ajuda humanitária, informando que a passagem de Rafá permaneceria aberta.
Além disto, mais 45 corpos de palestinos martirizados foram devolvidos por “Israel”, através da Comitê Internacional da Cruz Vermelha, conforme informações do Ministério da Saúde de Gaza. De forma que o número total de corpos de palestinos recuperados graças ao acordo imposto pela Resistência chegou a 90.
No entanto, a entidade sionista novamente violou o cessar-fogo nesta quarta-feira. Por meio de ataques de VANTs (drones), as forças de ocupação assassinaram mais dois palestinos que voltavam para suas casas no bairo de Shuja’iyya, leste da Cidade de Gaza.
Ataques criminosos das forças de ocupação também foram perpetrados no sul de Gaza. Em Khan Younis, tanques abriram fogos em certas áreas da cidades, enquanto que embarcações marítimas israelenses dispararam contra Rafá. Além disto, quinze palestinos foram sequestrados próximo a esta cidade.
Conforme noticiado pelo canal de comunicação Resistance News Network (RNN), desde sexta-feira, 36 violações documentadas do cessar-fogo pelas forças israelenses de ocupação resultaram no martírio de 8 moradores de Gaza e em vários feridos.
“Israel” procura novo pretexto para descarrilhar o acordo
Neste mesmo dia, a entidade sionista tentou criar um pretexto para dizer que o Hamas (e demais organizações da Resistência) não estariam cumprindo o acordo, no que diz respeito à entrega de corpos de israelenses que morreram.
A entidade genocida, através de comunicado militar, disse que “o quarto corpo entregue pelo Hamas a Israel não corresponde a nenhum dos reféns”.
Esclarecendo a situação, uma fonte da liderança da Resistência disse à emissora Al-Jazeera que o corpo que a ocupação alegou ser não israelense, segundo a entidade sionista, é, na verdade, um soldado das forças israelenses de ocupação, capturado pelas Brigadas de Al-Qassam durante uma operação em maio de 2024.
A ala militar do Hamas anunciou anteriormente a captura do soldado, que estava equipado com armas especializadas, dentro de um túnel no campo de Jabalia, em maio de 2024. Conforme noticiado por RNN, posteriormente foi revelado que o soldado era um colaborador da Cisjordânia que trabalhava para as forças de ocupação.
Resistência Palestina segue cumprindo sua parte no acordo
Na noite desta quarta-feira, as Brigadas Al-Qassam entregaram a “Israel”, através da Cruz Vermelha, mais dois corpos de prisioneiros israelenses que morreram. Veja imagens em que o momento foi registrado:
Hamas condena violações ao cessar-fogo
Em declaração, Hazem Qassem, um dos porta-vozes do Movimento de Resistência Islâmica, afirmou que o Hamas está acompanhando a implementação do que foi acordado em relação à entrega dos corpos dos soldados “israelenses” mantidos em cativeiro pela Al-Qassam, como parte de seu compromisso com o acordo para cessar a guerra na Faixa de Gaza.
Denunciando os ataques perpetrados pelas forças de ocupação nos últimos dias, Qassem afirmou que “o inimigo cometeu uma clara violação do acordo de cessar-fogo ao matar civis em Shujaiya e Rafah, e apelamos aos mediadores para que obriguem o inimigo a cumprir seus compromissos estipulados no acordo”.
