Brasil

Haddad quer entregar dados do povo brasileiro ao imperialismo

Crime de lesa-pátria é justificado pelo ministro como forma de aumentar a arrecadação da União

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está colocando em marcha um plano vergonhoso de entrega dos dados do povo brasileiro para o imperialismo. Trata-se do chamado Plano Nacional de Data Centers, o “Redata”, anunciado por Haddad durante viagem à Califórnia nessa semana, com o objetivo de atrair investimentos das maiores corporações tecnológicas do planeta, como Amazon, Google e Nvidia.

Apresentado como uma “estratégia verde” para transformar o Brasil em um “hub global” de tecnologia e inteligência artificial, o projeto, na prática, prevê a instalação de centros de dados privados operados por monopólios estrangeiros — com uma série de benefícios concedidos diretamente pelo Estado brasileiro. O plano prevê isenção total de tributos federais sobre investimentos em equipamentos e exportação de serviços digitais. Além disso, o governo pretende antecipar os efeitos da reforma tributária exclusivamente para esse setor, criando um regime especial de desoneração.

Segundo o próprio Haddad, a proposta inclui uma medida provisória ou projeto de lei a ser enviado ao Congresso nas próximas semanas. A expectativa do governo é que o pacote de isenções estimule a entrada de até R$ 2 trilhões em investimentos privados no país ao longo da próxima década.

No entanto, o que o governo apresenta como “modernização” e “transição ecológica” é, na verdade, a abertura total do país para a dominação estrangeira em um aspecto bastante sensível: os dados de seu povo. Os centros de dados são a espinha dorsal da infraestrutura informacional de qualquer nação. É neles que se armazenam, processam e trafegam os dados de empresas, governos e da população em geral. Transferir esse controle a empresas estrangeiras — notoriamente subordinadas aos interesses econômicos e políticos dos Estados Unidos — é tornar o País completamente vulnerável.

O perigo é ainda maior considerando o histórico dessas mesmas empresas no Brasil. As chamadas big techs — Amazon, Google, Meta, Microsoft, entre outras — foram e continuam sendo peças importantes no sistema de espionagem do imperialismo.

O mesmo governo Lula, em um de seus maiores erros, vive se queixando das empresas de tecnologia quando parte delas, por suas contradições com o imperialismo, defende a liberdade de expressão. Trata-se de uma política reacionária, uma vez que o governo se coloca como aliado do imperialismo na tentativa de reprimir as plataformas que dão uma maior liberdade aos usuários.

Na hora de enfrentar uma política realmente perniciosa das big techs, no entanto, o governo cede. Não há justificativa alguma — a não ser a capitulação perante o imperialismo — para entregar os dados a empresas estrangeiras notoriamente criminosas.

É curioso o fato de que o governo sequer cogita envolver as empresas públicas brasileiras com longa experiência no setor — como Serpro, Dataprev e Telebras — no centro do projeto. O papel reservado a elas é secundário, quando não inexistente. Tampouco se vê uma articulação com universidades públicas, centros de pesquisa, redes como a RNP ou movimentos populares que propõem há anos uma infraestrutura digital descentralizada, soberana e baseada em software livre.

Ao mesmo tempo, o governo ignora completamente alternativas viáveis, como a cooperação tecnológica entre os países dos BRICS. Em vez de diversificar seus parceiros e fortalecer alianças que escapem do controle das potências imperialistas, o governo brasileiro se curva diante das empresas que representam os interesses do grande capital.

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