Mato Grosso do Sul

Guarani-caiouá retomam área e sofrem ataque de pistoleiros e PM

Em mais um ataque dos latifundiários e governo do estado, índios mantém retomada e estão correndo risco de mais violência

Na manhã desta quarta-feira (24), índios guarani-caiouá retornaram a Fazenda Ipuitã que está localizada dentro da Terra Indígena Guyraroká no município de Caarapó e foram recebidos por pistoleiros fortemente armados que estavam acampados e escondidos no local e até com a presença de policiais militares.

Durante o ataque, os índios foram atingidos por tiros e dois guarani-caiouá foram sequestrados e levados para a sede da fazenda onde sofreram torturas e ameaças de morte.

As informações foram recebidas pela comunidade, que prontamente se mobilizou e entrou na fazenda para libertar os companheiros presos, enquanto dois dos pistoleiros fugiram para um mata próxima e foram recebidos pela polícia. Os pistoleiros atearam fogo na mata para não serem perseguidos e fugiram.

Dois dias antes, a comunidade havia retomado a área para acelerar o processo de demarcação que está paralisado há anos. A comunidade de índios vem sofrendo com as condições da pequena área que estão confinados e a aplicação constante de agrotóxicos dos latifundiários de maneira proposital contra a comunidade para forçá-los a saírem da aldeia.

A Terra Indígena Guyraroká possui uma área de mais de 11 mil hectares delimitados pela Funai em 2004 e declarados como de ocupação tradicional pelo Ministério da Justiça em 2009. Os cerca de 110 índios nesse momento vivem em apenas 50 hectares com muita dificuldade para acessar a água e ter uma renda de suas terras, sendo ameaçados constantemente.

 

Um dos responsáveis pela situação é o STF

A 2.ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) anulou a demarcação da Terra Indígena Guyraroká em 2014, com base na tese do marco temporal, o que gerou a suspensão do processo e diversas violações, aumentando gradativamente a violência contra os índios, inclusive com a contaminação da aldeia e das fontes de água pelos agrotóxicos de maneira proposital pelos latifundiários.

A comunidade denuncia que, após a anulação da demarcação em 2014, aumentaram os ataques, a violência e os riscos de despejo.

O povo guarani-caiouá chegou a recorrer da decisão da Segunda Turma em uma ação rescisória, mas seus pedidos de admissão foram negados.

A ação rescisória foi iniciada em 2018 e recebeu os votos para manter a anulação da demarcação do ministro Luiz Fux, relator, e da então presidente da casa, a ministra Cármen Lúcia. Anos depois, modificaram seus votos, mas a crise já estava instalada e se arrasta até os dias atuais.

Comunidade de índios sofre mais riscos de violência do estado e dos pistoleiros

Neste momento, a comunidade guarani-caiouá da Terra Indígena Guyraroká se encontra isolada e com ameaças constantes dos pistoleiros e do forte efetivo da polícia civil e militar que se encontra na região para atacar os índios.

É preciso denunciar o governo do estado do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel e seu secretário de segurança pública, que realiza despejos sem autorização judicial ou presença dos órgãos competentes como a Funai ou Ministério Público, e que persegue de maneira criminosa os índios.

Veja os vídeos dos ataques abaixo:

 

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