Desde o início da nova ofensiva contra a Venezuela, os Estados Unidos já concentram uma força militar de 16 mil tropas ao largo da costa venezuelana, sob o pretexto de combater o narcotráfico. A manobra, revelada pelo Washington Post em 1º de novembro, inclui navios de guerra, submarinos nucleares e um porta-aviões em rota, sinalizando não apenas uma operação de rotina, mas uma provocação aberta que visa desestabilizar o governo de Nicolás Maduro.
A composição da frota imperialista é de oito navios de guerra da Marinha dos EUA e um submarino de ataque nuclear já navegam pelo Caribe. Na próxima semana, espera-se a chegada do porta-aviões USS Gerald R. Ford, escoltado por três embarcações adicionais e mais de 4 mil efetivos, elevando o contingente para 10 mil soldados e 6 mil marinheiros. Imagens de satélite confirmam a presença de caças F-35 em uma base norte-americana em Porto Rico, prontos para intervenções. Desde setembro, os EUA já bombardearam cerca de uma dúzia de embarcações, alegando que serviam a “contrabandistas de drogas”, um claro pretexto para justificar uma invasão maior.
A imprensa imperialista, como o Washington Post, reportou na quinta-feira (30) que os EUA ‘’identificou’’ alvos na Venezuela, incluindo instalações militares supostamente ligadas ao tráfico de entorpecentes. O senador republicano Rick Scott, em entrevista à CBS no último domingo disse: “os dias de Nicolás Maduro estão contados”. Esse tom criminoso revela a linha da ofensiva imperialista contra o povo venezuelano e seus recursos.
O presidente Donald Trump, ao ser questionado sobre os relatórios na sexta-feira (31), negou veementemente: “não. Não é verdade”. No entanto, no mês passado, ele próprio confirmou a autorização à CIA para realizar operações encobertas letais na região, o que mostra a hipocrisia de suas declarações. Sanções econômicas sufocantes já asfixiam a Venezuela há anos, sob acusações infundadas de apoio a “narcoterroristas”. Ryan Berg, diretor do programa das Américas no Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), admitiu ao Washington Post que a chegada do grupo de porta-aviões sugere planos que vão além de uma mera operação antidrogas. “O presidente Trump tem cerca de um mês para tomar uma ‘decisão maior’ antes que o grupo precise ser realocado”, relatou Berg, expando a política do imperialismo para a região.
Do lado venezuelano, o presidente Nicolás Maduro denunciou as manobras como uma “fabricação de uma nova guerra” pelo imperialismo, em meio ao acúmulo militar contínuo. “Eles inventam pretextos para agredir nossa pátria”, afirmou Maduro. A Venezuela, vítima de mais de duas décadas de agressões estrangeiras – de golpes de Estado frustrados a bloqueios econômicos genocidas –, vê nessa concentração de forças uma repetição das táticas que precederam invasões como a do Iraque ou da Líbia.





