Oriente Médio

Contrariando propaganda imperialista, sírios seguem no exílio

Mesmo com toda a campanha para tentar legitimar o regime mercenário da Síria, refugiados se negam a voltar

Desde o início da ofensiva imperialista contra a Síria, desencadeada ainda sob o governo do democrata Barack Obama (2009–2017), cerca de 6 milhões de sírios foram empurrados à condição de refugiados. Desde 2011, o país vive uma das mais graves crises humanitárias do século XXI, resultado direto da agressão do imperialismo e de suas milícias mercenárias a serviço da derrubada do governo legítimo de Bashar al-Assad.

A imprensa capitalista, entretanto, segue fiel à cartilha do imperialismo. Após a queda do governo sírio em dezembro de 2024, jornais e agências do imperialismo passaram a vender a ideia de que haveria um retorno em massa dos refugiados. Trata-se de uma farsa grosseira, usada para legitimar a tomada de poder por Ahmad al-Sharaa — também conhecido como Abu Mohammad al-Julani — elemento ligado à Al-Qaeda e homem de confiança das potências no Oriente Médio.

Segundo artigo publicado no sítio The Cradle na última terça-feira (11), 6,2 milhões de sírios seguem registrados como refugiados, em sua maioria na Turquia, Líbano, Jordânia, Iraque e Egito. Além disso, milhões vivem hoje na Europa e na América do Norte. Apenas 8% desses refugiados retornaram à Síria após a queda de Assad. A ideia de que a derrubada do governo traria estabilidade e esperança ao povo sírio não passou de pura propaganda imperialista.

O relatório aponta que apenas 481.730 sírios voltaram ao país até maio de 2025 — número irrisório diante da tragédia provocada pela destruição da soberania síria. A Turquia abriga entre 2,7 e 3 milhões de refugiados sob “proteção temporária” e mais 1 milhão em situação irregular. O Líbano acolhe oficialmente 750 mil, embora estimativas locais falem em até 1,5 milhão. A Jordânia, por sua vez, abriga cerca de 650 mil. Segundo pesquisa realizada em 2024, 57% ainda sonham em voltar, mas apenas 2% acreditam que isso será possível nos próximos anos.

As causas para esse impasse são reveladoras: condições precárias de moradia (69%), falta de serviços essenciais (40%), insegurança (45%) e colapso econômico (54%). A realidade é que os sírios não retornam porque o país foi devastado pelos próprios “libertadores” patrocinados pelo imperialismo.

Mesmo com o colapso total do Líbano, o aumento do custo de vida na Turquia e o agravamento dos conflitos regionais, os refugiados continuam impedidos de retornar. O motivo? A Síria entregue ao domínio de fantoches do imperialismo, mergulhada em instabilidade, miséria e destruição.

A economia síria está em ruínas: 90% da população vive abaixo da linha da pobreza, segundo o Programa da ONU para o Desenvolvimento (PNUD). O Banco Mundial projeta mais uma retração do PIB em 2025. A fome assola o país: 9,1 milhões de sírios passam fome, e 3,6 milhões dependem de ajuda humanitária, segundo o Programa Mundial de Alimentos (PMA).

A infraestrutura foi desmantelada: há eletricidade por apenas 2 ou 3 horas ao dia. O mercado interno está asfixiado, mesmo com sanções parcialmente suspensas pelos EUA para premiar o grupo terrorista Hayat Tahrir al-Sham (HTS), aliado de Washington na nova “Síria livre”. A renda mensal em vastas regiões do país despencou para menos de US$ 40, enquanto uma cesta básica custa o dobro disso.

Mesmo após a consumação do golpe imperialista contra Assad, o povo sírio segue sendo massacrado — agora sob o comando direto dos lacaios do imperialismo, com a cumplicidade da grande imprensa mundial.

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