O Comitê das Famílias dos Prisioneiros Políticos da Palestina (CFPPP) denunciou o aumento significativo dos abusos e violência por parte da Autoridade Palestina (AP), no final de 2024, contra a população árabe e palestina na Cisjordânia. Segundo o comitê, de janeiro até a primeira semana de fevereiro, a AP intensificou seu trabalho de capanga do sionismo, aumentando a repressão contra os palestinos na Cisjordânia, com operações policial-militares para restringir a liberdade, suprimir críticas e atacar a Resistência Palestina, com 327 violações nesse período.
Uma das mais sangrentas foi o assassinato de quatro cidadãos palestinos, em Jenim, baleados pelas forças de repressão da Autoridade Palestina. Destas quatro vítimas da AP, três eram refugiados no campo de Jenim: Mahmoud Al-Jalqamusi e seu filho Qasem Mahmoud Al-Jalqamusi, Sa’eda Abu Bakr, além do guerreiro da resistência Mohammad Shadi Al-Sabbagh. Neste mesmo evento foram também baleados pela AP mais quatorze palestinos, alguns estando em estado grave.
Mais de 200 prisões foram registradas pela CFPPP desde o início do ano. A AP fez 23 intimações judiciais contra palestinos; houve ainda 11 casos de tiroteios e conflitos violentos entre a AP e a Resistência Palestina na cidade de Jenim e em seu campo de refugiados. A CFPPP detectou também nove casos de prisioneiros que foram torturados ou submetidos a posições corporais de alto estresse nas prisões da AP.
Pelo menos 24 julgamentos considerados arbitrários foram realizados pela organização sionista, que se recusou a acatar quatro ordens judiciais para libertação de prisioneiros e fez algumas dezenas de ataques contra os cidadãos da Cisjordânia, com muita violência física, invasão e roubo de residências e propriedades, incluindo o confisco de computadores e celulares.
A AP tem como seu principal alvo algumas dezenas de fugitivos dos israelenses, prisioneiros libertados e antigos prisioneiros políticos de “Israel”, além de jornalistas, engenheiros, paramédicos, estudantes universitários e secundaristas. O CFPPP documentou a prisão de 57 pessoas procuradas pelos sionistas.
Os israelenses estão neste momento realizando uma ofensiva da ocupação sionista no norte da Cisjordânia. A Resistência Palestina se organiza e se insurge contra os ocupantes. A AP, colaboracionista com “Israel”, já neutralizou e detonou 8 bombas, até agora, feitas pela Resistência, em Jenim, Tubas e Nablus. Os palestinos não vão baixar a cabeça, nem diante de “Israel” muito menos diante dos traidores da Palestina.
Quem é Mahmoud Abbas?
Nascido em 1935 em Safed, na Palestina, Mahmoud Abbas é casado e teve três filhos — um deles, Mazen, morreu em 2002. Sua família deixou a área de Safed para se refugiar na Síria em 1948, quando ele tinha 13 anos. Com o passar dos anos, lecionou no Ensino Fundamental e se formou em Direito. Em 1968, ingressou no Conselho Nacional Palestino (PNC).
Em 1959, foi membro fundador do Movimento de Libertação Nacional da Palestina, que se tornou a principal força política da Organização de Libertação da Palestina (OLP), entidade à qual se juntou na década de 1960.
Destacou-se na década de 1990, durante a negociação para os Acordos de Oslo, que puseram um fim à Primeira Intifada, com a derrota do levante revolucionário que sacudiu toda a Palestina entre 1987 e 1993.
Tornou-se Primeiro-Ministro da Autoridade Palestina, seu primeiro cargo de representação formal no território, em 2003. No mesmo ano, se reuniu com o então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e os líderes de Egito, Arábia Saudita, Jordânia e Bahrein para tratar de negociações de paz entre Israel e Palestina.
Em novembro de 2004, assumiu a presidência da Organização de Libertação da Palestina. Dois meses depois, venceu as eleições presidenciais na Palestina. Em 2006, apelou ao então líder do Hamas, Ismail Hanié, pela formação de um governo de coalizão na Palestina. Hanié passou a ser conhecido internacionalmente em 2006, quando se tornou primeiro-ministro da Autoridade Palestina após a vitória do Hamas nas eleições em Gaza.
Em junho do ano seguinte, Abbas dissolveu esse governo e destituiu Hanié da função de primeiro-ministro. O líder da organização se recusou a deixar o posto e seguiu exercendo uma posição de liderança de fato em Gaza — região ainda hoje controlada pelo Hamas. Neste momento, Mahmoud Abbas faz o sórdido papel de gendarme dos ocupantes israelenses contra seus compatriotas palestinos.