O Rio Grande do Sul registrou 15 assassinatos de índios em 2023, um aumento de 150% em relação aos seis casos de 2022, segundo o Atlas da Violência do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), publicado na última segunda-feira (12). Isso faz do estado o quarto mais violento para índios no Brasil, atrás de Roraima (59 homicídios), Mato Grosso do Sul (47) e Amazonas (36).
O crescimento dos assassinatos no RS é alarmante, superando a média nacional, que registrou 227 assassinatos de índios em 2023, alta de 10,7% frente a 2022. Desde 2013, quando o estado teve dois casos, o aumento foi de 650%.
O relatório do Ipea destaca a gravidade da violência contra índios, apontando a falta de dados detalhados no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) como obstáculo para análises específicas por povo. O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) reportou 16 homicídios no RS em 2023, com pequenas variações devido a atualizações nas bases de dados.
Além dos assassinatos, o Atlas revela que o RS registrou 10 suicídios de índios em 2023, o quarto maior número no País, atrás de Amazonas (76), Mato Grosso do Sul (37) e Roraima (19). Nacionalmente, os suicídios de índios cresceram 63,7% desde 2013.
A violência no RS reflete conflitos históricos por terras, especialmente com fazendeiros, e a precariedade de políticas públicas para os índios. Comunidades como os Kaingang e Guarani enfrentam invasões em suas terras e toda sorte de ataques que agravam a violência e o desespero, que por fim, leva uma parcela expressiva ao suicídio. O Cimi aponta que a omissão do governo estadual e federal intensifica o problema.
Diante dessa realidade, a autodefesa armada surge como uma necessidade urgente para os índios do RS. A mobilização das comunidades, com apoio de organizações combativas, é essencial para garantir a segurança e a preservação de seus direitos territoriais e culturais frente à escalada de violência.