No dia 15 de abril de 1964, o general do exército Humberto Castelo Branco tomou posse como presidente da República sem nenhum voto popular, após os militares terem derrubado João Goulart. Começava aquilo que a Globo entende por “democracia”: um regime que durou mais de duas décadas com militares assumindo o poder sem que tivessem sido eleitos pela população.
O então presidente João Goulart foi deposto do poder, sem muita resistência, no dia 31 de março de 1964. A partir de então, o presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazilli, assumiu interinamente a presidência e convocou eleições indiretas no Congresso Nacional, as quais deram a vitória para Castelo Branco.
Castelo Branco tomou posse ao lado de seu vice, José Maria Alkmin, e fez um breve discurso de posse, no qual se comprometeu a defender a Constituição, a democracia e os direitos civis da população. Vale lembrar que a queda de Jango se baseou no discurso de defesa da democracia, muito vociferado pela imprensa burguesa, em especial O Globo, mas também Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo. Pouca coisa mudou nesses 61 anos.
Mudaram, por exemplo, os métodos. Agora não são mais os militares aclamados a “garantir” a democracia, mas os juízes, com poderes absolutos e sobrepostos à Constituição vigente. Cabe mencionar parte do discurso do general Castelo Branco em sua posse:
“Farei quanto em minhas mãos estiver para que se consolidem os ideais do movimento cívico da nação brasileira nestes dias memoráveis de abril, quando se levantou unida, esplêndida de coragem e decisão, para restaurar a democracia.”
Ou seja, nada muito diferente do que os juízes divulgam sobre sua atuação: são os salvadores das leis e princípios morais e políticos da nação brasileira. Abaixo, segue a posse de Castelo Branco em vídeo: