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Coluna

Vitória de Trump acelera crise do imperialismo e do identitarismo

Reacionário candidato republicano atropela candidatura dos setores mais poderosos da burguesia mundial e vence por larga margem de votos

Na madrugada do último dia 6, antes mesmo do fim da contagem de votos, Donald Trump discursou para seus apoiadores declarando vitória. Na manhã seguinte, a Associated Press (AP), com base em projeções feitas nos estados, confirmava a vitória do ex-presidente, já que teria assegurado a maioria dos delegados no Colégio Eleitoral, ultrapassando 295 votos cerca de 24 horas após a votação.

Venceu em mais de 30 estados contra menos de 20 dos democratas.

Derrota completa

Trump assegurou não só uma larga maioria no Colégio Eleitoral contra a vice-presidente e candidata do Partido Democrata, Kamala Harris, como também ganhou no voto popular, por mais de 4,3 milhões de votos.

Quando escrevia esta coluna, já era certa a conquista pelos republicanos da maioria com folga no Senado; a eleição de 8 dos 11 governos estaduais que estiveram em disputa, bem como havia a expectativa de que o partido de Trump (cada vez mais dele) manteria a maioria na Câmara dos Deputados, pois estava a seis cadeiras dessa conquista, enquanto, para os democratas, faltavam 18 cadeiras.

Farsa das pesquisas

A vitória esmagadora desmascarou a farsa das pesquisas e dos “analistas” da burguesia que indicavam uma disputa muito apertada, um “empate técnico” entre os dois principais concorrentes.

Ficou evidente que, se não fosse a manipulação das pesquisas, a vitória de Trump teria sido ainda maior.

Ao contrário do Brasil, onde o TSE controla as eleições, nos EUA, o processo é descentralizado; cada estado tem suas próprias leis, o que torna a disputa ainda mais acirrada, com o controle do processo pelas forças políticas envolvidas.

Revolta e rejeição ao identitarismo

O resultado expressa, ainda que com limitações, a enorme revolta e indignação popular contra as políticas antipopulares dos democratas, que destroem políticas públicas, cortam benefícios sociais, enquanto gastam bilhões de dólares em guerras ao redor do mundo e asseguram o lucro dos bancos e de um punhado de monopólios.

Trump, um reacionário direitista, representante de setores mais débeis, mas também poderosos da burguesia dos EUA, mais uma vez canalizou o descontentamento popular, mesmo não representando, de forma alguma, uma alternativa do povo trabalhador contra os tubarões imperialistas.

Saiu destroçada também a política identitária e reacionária da direita (com apoio de setores da esquerda) de que o povo trabalhador deveria apoiar uma mulher negra, serviçal dos genocidas imperialistas, e ter a ilusão de que ela representava uma alternativa dos explorados.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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