Nessa quinta-feira (25), foi deflagrada pela Polícia Federal uma operação para apurar suposta espionagem ilegal realizada pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência), tendo como alvo principal o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).
Ramagem foi chefe da agência durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro, e a investigação tem como objetivo apurar a utilização ilegal de tecnologia para espionar os cidadãos brasileiros.
Como parece acontecer com a maioria dos casos relacionados a Bolsonaro e aos bolsonaristas, foi Alexandre de Moraes que proferiu decisão judicial autorizando a ação da PF, a qual incluiu busca e apreensão domiciliar (residencial e profissional) e pessoal de vários objetos pertencentes ao deputado.
Em primeiro lugar, o caso mostra uma luta entre setores da burguesia, que se manifesta como uma briga entre a direita e extrema direita. Não é, de forma alguma, uma luta da democracia contra o fascismo, como alguns podem afirmar.
Em segundo lugar, chama atenção um fato extremamente negativo e sinistro: as ligações de “Israel” com a Abin. Os brasileiros espionados pela Abin tinham suas informações armazenadas em bancos de dados em “Israel”. Mas não apenas isto. A tecnologia de espionagem utilizada pela agência era fornecida por “Israel”.
Tudo isso demonstra o quão profunda é a infiltração do sionismo no Brasil. Deve-se lembrar que “Israel” é um país que possui um vínculo forte e amplo com inúmeros serviços de repressão no mundo inteiro. Foi justamente o Mossad (uma das agências de espionagem de “Israel”) que organizou a SAVAK, polícia secreta da ditadura do Xá do Irã, Mohammad Reza Pahlavi, uma das ditaduras mais brutais que o imperialismo levou ao poder e que foi derrubada pela Revolução de 1979.
Além disso, o escândalo serve para mostrar que há organizações dentro das instituições do Estado brasileiro que são independentes dele, revelando um pouco do funcionamento dos inimigos dos trabalhadores brasileiros.
Em relação à Abin, sendo a agência parte do Poder Executivo, ela deveria ser subordinada a ele. Ao menos é isto que está “no papel”. Contudo, na prática, verificou-se que parte dela atua à revelia do presidente da República, quanto mais quando se trata de um governo de esquerda, como é o caso de Lula. É, na prática, um Estado dentro do Estado.
Contudo, esse fenômeno não ocorre apenas com a Abin. As Forças Armadas, a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e vários outros órgãos são também independentes do governo, algo que ficou claro durante o golpe de 2016. Da mesma forma aconteceu com o recente caso do músico de pagode que, segundo a PF, seria um “terrorista” do Hesbolá. Essa investigação, conduzida pela PF sob orientação do Mossad, claramente não foi feita com permissão nem de Lula, nem de Dino, ministro da Justiça na época.
A existência de uma agência de inteligência do próprio Estado espionando seus próprios cidadãos é um crime de lesa-pátria, é algo que nunca poderia existir em um Estado verdadeiramente democrático. É uma situação muito mais grave que o que ocorreu com as manifestações bolsonaristas do 8 de janeiro, por exemplo. Aqueles trabalhadores foram condenados e muitos estão presos por atentarem contra o Estado Democrático de Direito.
Entretanto, tudo indica que não será realizada nenhuma investigação real contra a espionagem feita pela Abin, nem contra a infiltração do sionismo no Estado brasileiro, muito menos contra o fato de que várias instituições, tais como a Polícia Federal e as Forças Armadas, agem de forma independente do governo. Nada disto será investigado como uma ameaça ao tal “Estado Democrático de Direito”. Enquanto isso, muitos dos coitados do 8 de janeiro foram presos e condenados a penas desumanas.
Quando o próximo golpe ocorrer no Brasil, é destas instituições que virá.