A imprensa ligada ao imperialismo está de cabelo em pé com a denúncia que foi feita contra a ONG Transparência Internacional. Na última segunda-feira (5), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, em petição assinada, pediu que se investigasse se a ONG teria se apropriado indevidamente de recursos públicos.
A Transparência Internacional já atua no Brasil desde os processos do famoso Mensalão, é uma instituição privada com sede em Berlim, financiada pelo imperialismo e com ligações diretas com a Lava Jato e que tem como objetivo a suposta luta contra a corrupção. De acordo com diálogos revelados pela operação Spoofing, onde foi descoberto todo o esquema da Lava Jato através de mensagens de celulares de juízes e procuradores, Dallagnol, em 2015, já tentava repassar dinheiro para a TI.
A informação, publicada pelo jornal GGN, mostra o conluio do ex-procurador com seus comparsas, sugerindo a criação de um fundo para gerir recursos oriundos de acordos firmados pela força-tarefa golpista no âmbito de uma ação que envolvia a Petrobrás. De acordo com o GGN, Deltan citou um assets sharing (repasse de ativos, em tradução livre) quando falou da multa que viria do desdobramento do processo contra a estatal petroleira.
08:36:16 Deltan: Caros hoje tem reunião com americanos sobre empresas estrangeiras, inclusive Petrobras
08:41:40: Ontem falamos com eles sobre assets sharing da multa e perdimento associados associados à ação deles contra à Petro, e em parte desses valores há alguma perspectiva positiva. Contudo precisamos de alguém que se disponha a se disponha a estudar e bolar um destino desses valores que agradaria a todos [sic]
Não é segredo para ninguém que a força tarefa da Lava Jato agiu em prol dos interesses dos Estados Unidos no Brasil e na América Latina, tendo como principal objetivo atacar empresas nacionais e governos nacionalistas através da falsa guerra contra a corrupção. A investigação da ONG por parte do ministro do STF revela que há, neste momento, uma disputa política no interior da burguesia. Pois ambos foram responsáveis pelo golpe de Estado de 2016 e pela farsa que foi todo o processo que levou à prisão do atual presidente Lula, impedindo-o de concorrer às eleições em 2018.
No caso da Petrobrás, Deltan Dallagnol tentou criar uma fundação gerida pela própria Lava Jato com mais de R$2 bilhões que a petroleira teve de pagar para se livrar de processos nos Estados Unidos. Antes disso, procuradores do Distrito Federal também ensaiaram constituir uma instituição para gerir os R$2,3 bilhões que a J&F (antes JBS) deveria aplicar em projetos sociais por força do seu acordo de leniência.
Nos dois casos, a Transparência Internacional Brasil seria a responsável por desenhar o sistema de governança e sugerir como investir os recursos, mesmo sem ser a beneficiária direta das verbas bilionárias. O executivo da TI no Brasil na ocasião, Bruno Brandão, chegava a orientar os procuradores da Lava Jato e ainda era sócio de Dallagnol em projetos milionários.
Neste momento, a imprensa tenta associar as relações do governo Lula com o STF e Dias Toffoli, para tentar mostrar que governo e Supremo estão investigando a ONG para tentar destruir a Lava Jato e barrar o “combate a corrupção” no País. É preciso aguardar os desfechos desse caso. Mas não há dúvida de que agências internacionais privadas participaram diretamente da derrubada do governo Dilma e de outros governos latino-americanos, através de lacaios como Sérgio Moro e Dallagnol.