Em 2025, seis das 26 capitais brasileiras terão prefeitos autodeclarados negros, todos homens e pardos, representando um número inferior ao da eleição municipal anterior, quando oito pardos ocuparam prefeituras. No primeiro turno, foram eleitos Tião Bocalom (PL) em Rio Branco, Arthur Henrique (MDB) em Boa Vista e João Henrique Caldas (PL) em Maceió. No segundo turno, venceram Cícero Lucena (PP) em João Pessoa, Sebastião Melo (MDB) em Porto Alegre e David Almeida (Avante) em Manaus. Ou seja, a “vitória do negro” foi a vitória da direita, e, portanto, uma derrota dos negros e de todos os trabalhadores.
Em termos de gênero, homens negros representam 29,1% dos prefeitos eleitos, enquanto mulheres negras ocupam apenas 4,4% das prefeituras. A maioria dos prefeitos negros é afiliada a partidos de “centro” (49,3%), com uma menor presença em partidos de direita (33,8%) e esquerda (16,9%). Ou seja, o identitarismo mostra sua independência total da esquerda. A esmagadora maioria dos negros, 83,9% são da direita ou da extrema direita. Sua vitória apenas fortalece o aparato de repressão que oprime os negros em todo o País.
Este ano também marcou a segunda eleição consecutiva em que candidatos pretos e pardos superaram em número os brancos, representando 52,7% das candidaturas, segundo dados do TSE. Foi também o ano da maior vitória da extrema direita na história das eleições municipais. A eleição é uma demonstração perfeita da farsa do identitarismo.