As operações da Polícia Militar em Paraisópolis, zona sul de São Paulo, têm gerado medo e insegurança entre os trabalhadores. Eles afirmam que a opressão policial é pior que a criminalidade. Segundo Geovan Oliveira, líder evangélico local, a repressão policial está atingindo os moradores, alterando a rotina da comunidade. Ele observa que as pessoas têm evitado circular por ruas que antes eram parte de seus trajetos diários, com pais preocupados em deixar os filhos saírem para tarefas simples, como ir à padaria.
Desde o início da operação “Impacto Paz e Proteção” em março de 2024, uma invasão do bairro pela polícia, a situação piorou muito. Moradores como Camila Alves e William Maciel relatam mudanças em seus hábitos por medo de represálias, com Camila está voltando para casa mais cedo e William evita frequentar bares após um ataque durante a operação. Charles Ramos, por sua vez, instalou uma câmera em seu capacete para registrar seu trajeto de moto, temendo as ações da polícia.
A operação também impactou economicamente a comunidade, com eventos populares como o baile funk DZ7 sendo interrompidos, afetando o comércio local. Raul Nunes, produtor cultural, destacou que o baile gera renda e seu cancelamento trouxe prejuízos. Além disso, uma ONG local precisou mudar o horário de suas doações devido ao medo que os moradores sentem de sair à noite.
Denúncias da repressão policial em Paraisópolis levaram à criação do comitê “Paraisópolis Exige Respeito”, que busca investigar abusos como invasões de domicílio e abordagens agressivas.
O bairro foi palco de uma das mais violentas chacinas do estado de São Paulo em 2019, quando a PM assassinou ao menos 9 pessoas. Fica claro que a polícia atua para impor uma ditadura neste bairro operário de São Paulo.
A solução para esse problema é clara, o fim da polícia militar e de todo o aparato de repressão do Estado. Os trabalhadores têm toda a capacidade de realizar sua própria segurança e precisam se defender da própria polícia.