Nessa quinta-feira (4), O Globo, por meio da coluna de Malu Gaspar, afirmou quem em reunião ocorrida na última quarta-feira (3) no Palácio do Planalto entre os ministros Fernando Haddad (Economia), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Rui Costa (Casa Civil), o governo Lula teria recuado em sua política em relação aos dividendos da Petrobrás.
Até o momento, não passa de um boato. Trata-se, acima de tudo, de uma pressão, uma tentativa da imprensa burguesa de constranger o governo a atender aos interesses da burguesia. Entretanto, este não é o único boato que surgiu nas últimas semanas.
Como foi noticiado por este Diário, por exemplo, rumores indicam que a Avibrás, gigante brasileira no ramo da tecnologia aeroespacial de ponta, está prestes a ser vendida para uma empresa australiana, algo que representaria um ataque duríssimo à soberania e à defesa nacionais.
O que não é um boato, mas um anúncio concreto, é que o governo, por meio da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), subordinada ao Ministério de Minas e Energia, abriu um processo para investigar “transgressões reiteradas” da Enel em São Paulo. Caso este processo resulte na cassação da concessão da empresa, o governo Lula terá de escolher entre reestatizar a Enel ou vendê-la para outro ente privado.
Quer dizer, de várias maneiras diferentes, o governo está sendo coagido a entregar uma parcela cada vez maior do patrimônio brasileiro. Mais do que isso, tanto os boatos, quanto as notícias confirmadas demonstram que há uma ofensiva por parte da burguesia para obrigar Lula a fazer o que ela quer. E isso coloca na ordem do dia a realização de uma campanha pela reestatização de todas as empresas roubadas do povo brasileiro pelo imperialismo.
Além dos casos já citados, temos a Eletrobrás, vendida a “preço de banana” para o estrangeiro. Assim como a Vale e a Telebrás, ambas privatizadas por Fernando Henrique Cardoso (FHC).
Os trabalhadores já sofreram e muito com o que o Brasil perdeu até o momento. Continuar entregando o patrimônio brasileiro ao imperialismo é aprofundar ainda mais a miséria que essas privatizações geraram e, para impedir isso, só há uma saída: a mobilização popular.
Pressionado pela burguesia, seja pelo Banco Central, seja pelo Congresso, seja pela imprensa, Lula não consegue concretizar aquilo que prometeu durante sua campanha e, mais importante que isso, não consegue levar adiante a luta em defesa dos interesses dos trabalhadores brasileiros.
Para ganhar força, não há outra solução a não ser convocar a classe operária a tomar as ruas e defender os seus direitos. O imperialismo precisa tirar suas garras do Brasil, e só os trabalhadores podem travar essa luta de maneira acabada.