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Indústria nacional

Boatos sobre venda da Avibrás mostram que é preciso estatizá-la

No dia 28 de março de 2024, o sítio DefesaNet publicou um artigo afirmando ter informações de que a Avibrás foi "desnacionalizada"

No dia 28 de março de 2024, o sítio DefesaNet publicou um artigo afirmando ter informações de que a Avibrás, empresa brasileira de tecnologia aeroespacial de ponta, foi “desnacionalizada”, ou seja, vendida para um grupo estrangeiro.

O sítio dá conta de que o principal acionista da empresa teria fechado um acordo de venda com um grupo australiano ainda não revelado. Segundo o perfil LRCA Defense Consulting, no X (antigo Twitter), cujo foco declarado é na “divulgação de notícias e análises especiais sobre empresas do Setor de Defesa”, “fontes internacionais” afirmam que a DefendTex seria a empresa que está comprando a Avibrás.

“Embora pequena e sem expertise específica no setor, [a DefendeTex] estaria buscando a tecnologia na produção de propelentes sólidos, motores de foguete, foguetes e mísseis”, diz o perfil.

O DefesaNet ainda afirma que o governo federal teria aprovado a venda da empresa em tratativas que contaram com a participação de José Múcio, ministro da Defesa.

Até o momento, não existe nenhuma confirmação oficial de que a compra tenha sido acordada. Entretanto, fato é que a Avibrás está, desde 18 de março de 2022, em estado de recuperação judicial, acumulando dívidas milionárias. Nesse sentido, a empresa está suscetível a ser vendida, e rumores acerca disso têm circulado há muito tempo.

Segundo noticiou a Veja em 20 de março, por exemplo, fontes do Ministério da Defesa teriam informado que a empresa Edge Group, dos Emirados Árabes Unidos, estava negociando a compra da Avibrás. O jornal Hora do Povo afirma, por sua vez, que existem pelo menos sete casos conhecidos de empresas estrangeiras que estariam em negociação para comprar a empresa. Boatos que indicam que, no mínimo, existe uma movimentação nos bastidores que vai nesse sentido.

O Diário Causa Operária (DCO) entrou em contato com o Ministério da Defesa, que se recusou a se pronunciar sobre os rumores de que a Avibrás foi vendida. A pasta, por meio de sua Assessoria de Comunicação Social (Ascom), afirmou que este Diário deve entrar em contato diretamente com a Avibrás.

Ao entrar em contato com a empresa por meio do número disponibilizado em seu sítio oficial referente à Instalação Jacareí, nossa equipe foi informada que a pessoa responsável pelo contato com a imprensa não estava disponível. Ademais, não foi disponibilizado nenhum e-mail oficial para contato.

Não se pode ignorar que as notícias envolvendo a venda da Avibrás podem muito bem ter sido criadas e espalhadas para caluniar o governo Lula. Afinal, ele estaria concordando com a entrega de uma das empresas mais importantes da história do Brasil para o estrangeiro. Tanto é que algumas das fontes citadas neste artigo instam o governo federal a intervir e impedir o processo de “desnacionalização”, algo que pode ser feito devido à importância estratégia que a Avibrás possui à soberania nacional.

Ao Hora do Povo, Eduardo Siqueira Brick, professor de Estudos Estratégicos da Defesa e da Segurança na Universidade Federal Fluminense (UFF), afirmou, por exemplo, que o Estado brasileiro precisa intervir:

“É necessário tomar uma decisão política, que virá necessariamente de Brasília […] Política de defesa não é atribuição das Forças Armadas, mas, sim, do Estado do Brasil. As Forças Armadas são instrumentos de defesa.”

Independentemente de verdadeiros ou não, os boatos colocam outro problema na ordem do dia: a estatização da Avibrás.

Como foi visto, há anos que a Avibrás está em recuperação judicial. Isso significa, na prática, que, para não falir, a empresa entra na Justiça para fazer algum acordo para que ela consiga sobreviver – seja parcelando ou cancelando parte da dívida, seja demitindo centenas de trabalhadores. Nesse sentido, essa importante empresa brasileira possui três opções: falir, ser entregue ao estrangeiro ou ser estatizada pelo governo federal.

Finalmente, a estatização é a única opção que garante que a empresa não seja destruída e não comece a atuar em prol de interesses estrangeiros, estranhos àqueles do Brasil. Dada a importância da Avibrás, não se pode permitir que ela caia nas mãos do imperialismo, que a utilizará, por exemplo, para armar ainda mais o Estado genocida de “Israel” e os nazistas ucranianos.

A tecnologia aeroespacial brasileira é uma das mais avançadas do mundo. Se a venda for concretizada, por exemplo, a expertise nacional na área de veículos lançadores, como é o caso do S-50, a “joia da coroa” de nosso programa espacial; cairá nas mãos dos australianos. Há, também, a tecnologia do sistema ASTROS, amplamente exportado desde os anos 80 e que tem uma versão modernizada que é de interesse, inclusive, para a guerra na Ucrânia. Confira, abaixo, vídeo de barragem de foguetes do Avibras ASTROS II do exército do Catar.

A entrega da Avibrás ao imperialismo representaria um duríssimo golpe à indústria nacional, similar ao que foi feito com a tentativa de venda da Embraer em 2019. Para impedir que o desenvolvimento brasileiro seja ainda mais sabotado, o governo deve, portanto, intervir e lutar pela reestatização da gigante do setor aeroespacial.

Caso contrário, o imperialismo continuará desmembrando o País em prol de seus próprios interesses.

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