Primeiro de janeiro de 2024. Dia de ainda acordar tarde, descansar das festas de réveillon e se preparar, aos poucos, para voltar à rotina, correto? Não para os moradores de Belém, capital e cidade mais populosa do Pará. Com mais de 1,3 milhões de habitantes, sendo, portanto, mais populosa que a capital da Bélgica, Bruxelas, Belém hoje se tornou sinônimo de lixão. A situação se tornou tão insuportável que os moradores do bairro de Entroncamento se viram obrigados a protestar no primeiro dia do ano, queimando parte dos dejetos encontrados pelas ruas.
No segundo dia do ano, a situação só piorou. Um caminhão de lixo caiu em um buraco ao passar pela avenida Magalhães Barata, no bairro de São Brás. Se o serviço de coleta já era ruim, ficou ainda pior com um veículo a menos. Revoltada, a população, tropeçando nos sacos de lixo espalhados pelas ruas, ateou fogo em pedaços de madeira, visando chamar a atenção da prefeitura.
A mesma prefeitura, que não cuida do asfalto e foi a culpada pelo acidente, também não se mostra disposta a ouvir os clamores da população. Segundo trabalhadores de cooperativa que trabalham na coleta de lixo de algumas ilhas de Belém, as atividades estariam paralisadas desde julho de 2023, graças a atrasos no pagamento dos salários. Ainda segundo a categoria, a coleta que acontecia três vezes por semana, agora é feita somente duas vezes.
Todo esse descaso faz com que a cidade, que pomposamente pleiteia sediar a Conferência do Clima sobre Mudanças Climáticas (COP 30) em 2025, tenha filas quilométricas de lixo, muitos deles à beira de rios.
Ao ver esse cenário, qualquer um pensaria de imediato que o comandante do Poder Executivo seria um banqueiro do PSDB. Alguém que despreze tanto a população que tenha sido a favor da PEC do Teto de Gastos.
Mas não, senhores. O prefeito não é do PSDB. É Edmilson Rodrigues, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Do mesmo partido que surgiu criticando o PT por sua política de colaboração de classes e por seu reformismo.
A crise do lixo em Belém só mostra, uma vez mais, que o PSOL não passa de uma legenda parlamentar que, quando consegue alcançar uma prefeitura, governa como um partido burguês.
E assim será em São Paulo, caso Guilherme Boulos consiga se eleger.