Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Rio Grande do Sul

O esforço do MRT para esconder a culpa de Eduardo Leite

Grupo chega a culpar até mesmo o "governo Lula-Alckmin" para omitir a participação criminosa do governador gaúcho nas enchentes

Na semana passada, a juventude do Movimento Revolucionário dos Trabalhadores (MRT), o grupo Faísca, publicou, por meio de seu perfil no Instagram, um vídeo intitulado Por que a enchente no Rio Grande do Sul não é natural? É uma tragédia capitalista! O Estado, os governos e o agronegócio são os responsáveis!. O vídeo é uma aberração, tanto do ponto de vista da argumentação, quanto do ponto de vista teórico, e tem um único objetivo: passar pano para o grande responsável pelas enchentes no Rio Grande do Sul, o senhor Eduardo Leite.

O texto começa explicando que as enchentes foram causadas pelo “aquecimento global”. Essa tese já é, em si, uma tentativa grotesca de isentar Leite de sua responsabilidade pelo que aconteceu. Afinal, o problema não seria a sua política criminosa de dar todo o dinheiro do Estado para os bancos. Seria simplesmente do aquecimento do planeta. Como há seis bilhões de outros seres humanos no planeta, Leite não teria culpa de nada, não é mesmo?

Mas o MRT vai além. Ele explica que o aquecimento global é resultado do seguinte processo:

“Com a emissão de gases estufa, como na queima de combustível fóssil, com as grandes queimadas e a pecuária, aquece o planeta inteiro. Nos últimos meses, tivemos recordes de temperatura. Estamos em 1,2º C e subindo. Com o oceano mais quente, gera mais umidade. A atmosfera mais quente retém mais umidade. Quando isso condensa, cai tudo de uma vez numa chuva extrema. Com o aquecimento global, acontecem mais eventos extremos, como secas, estiagens, enchentes, em todos os continentes”.

Só é possível tirar uma conclusão do que diz o MRT. Se o problema no Rio Grande do Sul é causado pelo aquecimento global e se o aquecimento global é causado pela queima de combustível fóssil, pelas grandes queimadas e pela pecuária, então a única forma de evitar novas enchentes seria diminuindo – ou extinguindo – cada uma dessas atividades humanas. Por mais que haja um exagero em torno do tema, pode-se até discutir o que fazer em torno das queimadas. No entanto, em relação à pecuária e à queima de combustível fóssil, qualquer solução representaria em um retrocesso do ponto de vista do desenvolvimento humano.

Caso o MRT proponha eliminar os combustíveis fósseis, estará impondo uma barreira a países como o Brasil, a Venezuela, a Nigéria e o Irã, que tiveram seu desenvolvimento historicamente impedido pelo imperialismo, para que utilizem um recurso natural seu para fomentar a sua indústria. O Brasil, por exemplo, caso explore todo o seu petróleo, poderá resolver problemas crônicos no País, como a falta de infraestrutura hospitalar.

A pecuária é algo ainda mais elementar. A menos que o MRT queira impor o veganismo à população mundial, reduzir a pecuária consistiria na condenação de bilhões de pessoas à morte.

Toda essa política sem sentido e apocalíptica tem como único fundamento o que dizem órgãos muito suspeitos, como a Organização das Nações Unidas (ONU). Não há nenhuma “ciência” de fato envolvida. Por causa de dogmas difundidos por veículos como a Rede Globo, o MRT propõe condenar a população mundial à fome e à pobreza.

Até aí, nada de falar em Eduardo Leite. A culpa aparece como sendo “do povo”, que come muita carne e demanda de muita “queima de combustível fóssil” para se transportar. No entanto, o MRT ainda encontra outro culpado:

“O governo Lula Alckmin também é culpado. Deram mais de 300 bilhões para o agronegócio no maior plano safra da história. Os mesmos que emitem 70% dos gases estufa e que esse ano aumentaram 248% de área queimada, o equivalente a dez estados do Sergipe.

O cinismo aqui é impressionante. Se o MRT quisesse discutir se o que o governo federal tem feito é suficiente para minimizar os estragos da enchente, tem todo o direito de fazê-lo. No entanto, culpar pelo que aconteceu é absurdo. Afinal, ainda que houvesse alguma relação entre a atividade dos latifundiários e as chuvas – coisa que não é provada -, essa relação não seria direta, segundo os próprios defensores da tese do “aquecimento global”. Seria algo que acontece ao longo de vários anos.

Ao culpar o “aquecimento global” e o governo federal, o MRT ignora quem são os verdadeiros culpados por toda a crise. Isto é, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e os seus patrões, os bancos.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.