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Imprensa brasileira

Não, Estadão, Netaniahu não é ministro do Itamaraty

Para um dos mais importantes órgãos do imperialismo no País, posicionar-se contra a submissão à ditadura mundial seria "pusilanimidade"

O jornal golpista O Estado de S. Paulo publicou um editorial intitulado “O papelão do Itamaraty lulopetista” (17/4/2024), atacando a política externa do governo brasileiro pelo e caracterizando como “má-fé” a posição do governo federal, em relação ao caso da retaliação iraniana aos atentados cometidos por “Israel”. Diz o Estadão em sua nota:

Na hipótese benevolente, a nota pusilânime por meio da qual o governo de Lula da Silva reagiu ao ataque do Irã a Israel no fim de semana passado mostra que a política externa brasileira está entregue a rematados ineptos. Na hipótese mais realista, considerando o alinhamento entusiasmado do Brasil sob Lula ao movimento antiocidental liderado por tiranias diversas, entre as quais o Irã, trata-se de mais uma prova de má-fé da diplomacia lulopetista.

Trata-se de uma demonstração torpe de cinismo por parte do órgão. Traduzido à linguagem humana, o que o jornal critica é a resistência do governo brasileiro a sucumbir ante a opressão do imperialismo. O editorial chama de pusilânime” a nota emitida pelo Ministério das Relações Exteriores no caso da resposta iraniana a “Israel”, após atentados da ditadura sionista contra o país, atacando o apoio do Palácio do Planalto (sede do governo federal) aos países, e movimentos, que enfrentam a ditadura imperialista, cinicamente apresentadas como “tiranias do movimento antiocidental”.

“Como se sabe”, continua o jornal, “o Irã atacou Israel diretamente pela primeira vez na história, disparando mais de 300 drones e mísseis”, diz, sem se dar ao trabalho de lembrar os leitores o que motivou o ataque iraniano. Em outro trecho, o órgão até cita o atentado sionista contra o prédio do consulado iraniano, em Damasco, mas dispensa o mesmo cinismo desonesto que restante do editorial:

“Quando oito oficiais da Guarda Revolucionária do Irã foram mortos, provavelmente por Israel num ataque a um anexo consular na Síria, o Itamaraty foi rápido em condenar as mortes de ‘funcionários diplomáticos’.” O que a desonestidade do Estadão não consegue disfarças em relação ao episódio é que o consulado iraniano na Síria foi alvo de um atentado e este não foi o único. Antes do 1º de abril, “Israel” realizou outro ataque, em janeiro deste ano, contra civis que homenageavam o general iraniano assassinado Qasem Soleimani.

O jornal ignora os ataques criminosos cometidos pelos sionistas para, assim, ludibriar os leitores menos informados, fazendo coro assim com uma campanha difundida por parte do imperialismo, que se esforça para fazer o mundo acreditar que “Israel” foi gratuitamente atacado. A mesma política apareceu na coluna “Por que iranianos querem eliminar Israel em vez de cuidar da própria vida?”, assinada pela articulista da revista Veja, Vilma Gryzinski (Luana Zanobia, 14/7/2024). Dando mais um passo na defesa dos interesses imperialistas, Estadão apresenta o Palácio do Itamaraty (sede do Ministério das Relações Exteriores) como uma espécie de cúmplice do crime cometido pelos iranianos ao se defender e dissuadir novos ataques sionistas.

Misturando ao cinismo que permeia o editorial uma verdadeira fuga da realidade, o jornal destaca que “o ataque”, como eles optaram por chamar a retaliação iraniana, fora “frustrado pelo sistema de defesa de Israel e pelo apoio de forças americanas, francesas, britânicas e de alguns países árabes”. Jornais mais comprometidos com a defesa da própria credibilidade não se atreveram, como fez o Estadão, a chamar de “frustrado” a resposta do Irã aos atentados israelenses, que finalmente, ultrapassou a defesa conjunta proporcionado por todos os países citados e responsável por levar o governo norte-americano a pedir distensão entre os países.

O fato de um dos mais importantes órgãos da imprensa imperialista no País se permitir escrever loucuras do gênero, no entanto, é revelador da despreocupação com a própria credibilidade. Esses posicionamentos evidenciam o alinhamento do jornal com os interesses diretos do imperialismo, em franco detrimento aos do País.

“Quando a torpeza moral”, conclui o jornal, “se infiltra até a raiz dos cabelos, mesmo arremedos de platitudes humanitárias são vis. Vieira disse que ‘o Brasil condena sempre qualquer ato de violência’ – desde que não parta dos companheiros do tal ‘Sul Global’.” Aqui, o órgão deixa explícito o alvo de sua crítica.

É ao Irã, mas, ao mesmo tempo, é contra a reação às agressões imperialistas por parte dos países oprimidos e finalmente, contra o Brasil e voltado a impedir que o povo brasileiro mire o exemplo do Irã para se libertar do jugo das potências estrangeiras. O que o Estadão busca com essa pérola do cinismo é que o País se ajoelhe aos EUA e à Europa, os únicos beneficiados pela política defendida.

É uma defesa da verdadeira pirataria cometida pelo imperialismo contra a nação brasileira, o achaque direto dos recursos públicos por meio da criminosa “dívida” (paga integralmente a cada cinco anos e meio, mas que misteriosamente só aumenta) e a destruição de qualquer concorrência à indústria dos países desenvolvidos em terras nacionais. Tão importante quanto o roubo que sofre o País, é a passividade. A crítica à retaliação ao Irã é estendida também à ofensiva russa contra a OTAN na Ucrânia, assim como na defesa da oposição golpista e pró-EUA da Venezuela, de onde se deduz que para o jornal golpista, os povos oprimidos devem aceitar o papel de esgoto do capitalismo em crise terminal, sem reagir.

O verdadeiro papelão, é o do Estadão, que não consegue disfarçar sua verdadeira natureza: um jornal cada vez mais norte-americano.

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