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Genocídio na Palestina

Nakba, a catástrofe palestina cada vez mais próxima de seu fim

O Dia da Catástrofe, al-Nakba, como chamam os palestinos, marca a criação do Estado sionista, uma das maiores tragédias do século XX, mas tudo que é sólido desmancha no ar

Todo dia 15 de maio, os palestinos relembram a maior catástrofe de sua história, a Nakba, quando o imperialismo utilizou o movimento sionista para realizar uma gigantesca limpeza étnica e criar o Estado de “Israel” em 1948. Um processo tão violento e monstruoso que é difícil descrever em palavras.

O sionismo já nasceu semelhante ao nazismo, agiu da mesma forma que os exércitos de Hitler na URSS. Desde então, os palestinos lutam para libertar o seu país e, agora, estão mais perto da vitória que nunca.

O que aconteceu na Palestina é que um plano que havia sido lançado 30 anos antes pelos banqueiros ingleses finalmente estava maduro para ser executado. Em 1917, quando a Inglaterra conquistou a Palestina, ela definiu o que seria o movimento sionista. Os judeus da Europa deveriam imigrar para a Palestina, que era uma colonia inglesa. Após 30 anos, com um investimento enorme, inclusive da Alemanha nazista, cerca de 650 mil europeus viviam na Palestina. Mas, mesmo assim, eram uma minoria no território.

Sabendo que eles não conseguiriam tomar tudo de assalto, o imperialismo, por meio da recém criada ONU, criou um plano de divisão da Palestina. O Estado de “Israel” teria cerca de 55% do território, o Estado da Palestina, 45%. “Israel” seria criado, portanto, com 650 mil europeus em um território com 950 mil palestinos. Ou seja, a única possibilidade de criação de um Estado era tornar esses palestinos uma minoria, mas, para isso, só havia um caminho: a limpeza étnica.

Assim, os sionistas lançaram seu plano. Com base na violência brutal de suas milícias fascistas, como a Haganá e o Irgun, eles expulsaram 800 mil pessoas do que viria a ser “Israel”. Os soldados passavam de vila em vila assassinado palestinos, incendiando suas casas, implantando minas terrestres para impedir o retorno dos palestinos. Fizeram isso em mais de 530 vilas. A mais famosa delas foi a de Deir Iassin, um massacre usado de exemplo para aterrorizar todos os palestinos.

Mas a Palestina não consistia apenas em vilas, as grandes cidades também sofreram com a limpeza étnica. Haifa, Jaffa, Jerusalém todas foram atacadas pelos sionistas. No caso de Jaffa, a cidade foi totalmente destruída, apenas 3% da população de 120 mil palestinos se manteve em suas casas. Os sionistas apagaram até seu nome, hoje, ela se chama Telavive.

Ilam Pappé, historiador israelense, descreve como foi a limpeza étnica em Haifa:

“Desde a manhã após a adoção da Resolução de Partição da ONU, os 75.000 palestinos na cidade foram submetidos a uma campanha de terror instigada conjuntamente pelo Irgun e pela Hagana. Como haviam chegado apenas nas últimas décadas, os colonos judeus tinham construído suas casas mais acima na montanha. Assim, eles viviam topograficamente acima dos bairros árabes e podiam facilmente bombardeá-los e alvejá-los. Eles começaram a fazer isso com frequência desde o início de dezembro. Usavam outros métodos de intimidação também: as tropas sionistas rolavam barris cheios de explosivos e enormes bolas de aço para dentro das áreas residenciais árabes, e derramavam óleo misturado com combustível nas estradas, que depois incendiavam. No momento em que os residentes palestinos, em pânico, saíam correndo de suas casas para tentar extinguir esses rios de fogo, eram alvejados por tiros de metralhadora. Em áreas onde as duas comunidades ainda interagiam, a Hagana levava carros para garagens palestinas para serem reparados, carregados com explosivos e dispositivos de detonação, causando, assim, morte e caos.”

Os sionistas roubaram a terra, as casas, os móveis, as joias e tudo de valor dos palestinos. Eles tiveram de fugir para a Faixa de Gaza, a Cisjordânia ou para os países vizinhos apenas com roupa do corpo. Para aterrorizar ainda mais a população, em alguns momentos, aviões bombardearam as colunas de pessoas que se deslocavam.

Assim nasceu o Estado de “Israel”.

A Nakba hoje

Os sionistas comemoram essa data como o “Dia da Independência”. Os palestinos, por outro lado, lembram da realidade – não é à toa que nomearam os eventos daquela época de Nakba que, em árabe, significa “catástrofe”. Todos os anos, a data é um dia de protestos, um dia de luta para retomar o que lhes foi tomado pelo imperialismo, pela ocupação de um povo estrangeiro.

Para falar sobre esta importante data, o presidente do Instituto Brasil Palestina (Ibraspal), Ahmad Shehada, um médico palestino, enviou uma declaração ao Diário Causa Operária (DCO). Sobre a Nakba, ele disse:

“15 de maio de 1948, nós marcamos como al-Nakba, quando as gangues sionistas, grupos de bandidos internacionais, grupos terroristas internacionais, decidiram se declarar como um Estado. Eles tomaram a terra pela força com o apoio dos patrocinadores do terrorismo internacional e decidiram declarar a terra que roubaram de um Estado chamado ‘Israel’, que é o que temos hoje.”

Sheada destaca como “Israel” sempre atuou contra qualquer tipo de lei internacional:

“Logo depois que eles anunciaram a fundação dessa entidade sionista como um Estado na terra da Palestina, eles pediram o reconhecimento da ONU. Ela não reconheceu esse primeiro pedido. O segundo pedido em 1948 também foi negado oficialmente porque os sionistas tomaram muitas terras. Eles exigiram que os sionistas aceitassem as resoluções da ONU e os direitos do povo palestino. Os sionistas, então, mandaram à ONU uma carta reconhecendo as suas resoluções. Eles não poderia tomar mais terras do que a ONU definiu, cerca de 55% da Palestina, mas eles tomaram 78%. Pela ONU, eles deveriam devolver essa diferença e aceitar a resolução que os palestinos tem o direito de voltar as suas terras, ou seja, uma resolução contra a limpeza étnica. Os sionistas aceitaram as resoluções da ONU.”

No entanto, “no ano seguinte, a ONU reconheceu ‘Israel’. Eles então deveriam aceitar um Estado palestino, o que até hoje não aceitam. Naquele momento, eles declararam que aceitavam o Estado da Palestina e que os palestinos teriam o direito a retornar às suas casas nesse território. Portanto, nunca implementaram o que foi definido pela ONU, ou seja, é um Estado ilegal segundo o direito internacional”.

Ahmad também comenta sobre a situação atual:

“Os palestinos, através da OLP [Organização para a Libertação da Palestina] aceitaram o que é inaceitável, 22% da Palestina apenas e 78% para os bandidos. Nem mesmo a ONU reconhecia isso. A OLP assinou isso para ter paz e um Estado independente soberano. Apesar dessa proposta ser humilde, os palestinos aceitaram e assinaram. ‘Israel’ falou que em cinco anos esse Estado seria criado. Mas ‘Israel’ nunca aceitou isso, e nunca aceitará. Os palestinos sugeriram um Estado único laico e democrático, ‘Israel’ também recusou. O que eles querem é limpeza étnica e genocídio, isso eles jamais conseguirão realizar.”

A voz de Ahmad então entoou as palavras que a esmagadora maioria dos palestinos pensa: “não há outra opção que não a resistência e a luta até o fim desse projeto terrorista chamado ‘Israel’”.

Os israelenses, em 2023, tentaram reproduzir a Nakba. Destruíram quase toda a infraestrutura da Faixa de Gaza, assassinaram mais de 45 mil palestinos em sete meses, e sua intenção era de expulsar toda a população – algo que não foi possível. A grande diferença entre 1948 e 2024 é que, agora, o Estado de “Israel” caminha para a sua destruição, e os palestinos nunca estiveram tão próximos da vitória.

Até mesmo dentro de “Israel” as manifestações de palestinos, os descendentes daqueles que sobrevieram à Nakba, acontecem contra o Estado sionista. No mundo inteiro, o povo sairá às ruas em defesa da Palestina neste dia da Nakba, e não será diferente no Brasil. Em São Paulo, o PCO estará mais uma vez na Avenida Paulista para levar a defesa da Palestina aos trabalhadores!

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