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Oriente Médio

‘Israel’ despeja bilhões para deter ação iraniana e fracassa

Sionistas torraram parcela significativa da riqueza nacional em apenas uma noite e não conseguiram impedir os artefatos iranianos de humilharem o país artificial

Neste sábado, 13 de abril, a República Islâmica do Irã lançou um ataque sem precedentes ao território controlado pelas forças israelenses. Mais 300 artefatos explosivos, somando mísseis balísticos, mísseis de cruzeiro e diversos tipos de drones camicases, como o HESA Shahed 136, que possui ampla utilização no conflito ucraniano.

Tal mobilização é uma resposta ao bombardeio israelense ao consulado iraniano em Damasco, Síria. O bombardeio sionista, realizado sem qualquer preocupação pelo direito internacional e, mais precisamente, indo de encontro à  Convenção de Viena de 1969, levou a morte de três alto comandantes, além de outras pessoas que compunham o corpo diplomático do país persa.

Pouco repercutiu na imprensa imperialista e em suas sucursais brasileiras o atentado ao consulado iraniano. Tentaram encobrir o flagrante crime a tão aludida pelos EUA “ordem internacional baseada em regras”.

Da mesma forma, tentaram pintar a resposta iraniana como um “raio em céu azul”, apelando à “irracionalidade” do regime dos Aiatolás. No entanto, a resposta iraniana não foi apenas justa, de um ponto de vista do Direito (mesmo desse direito burguês), mas também, muito bem planejada.

Em primeiro lugar, é preciso esclarecer que o Irã nunca atacou diretamente o Estado israelense. Mesmo quando seu mais proeminente general, Qasem Soleimani, foi morto por um ataque aéreo norte-americano facilitado pela inteligência israelense, a resposta do Irã se resumiu a ataques focados em bases militares dos EUA no Iraque, local onde Suleimani foi assassinado.

No entanto, com o bombardeio Israelense ao consulado iraniano, a república islâmica “decidiu criar uma nova equação”, disse o chefe da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, major-general Hossein Salami, em entrevista à televisão estatal no domingo.

“De agora em diante, se Israel atacar os interesses, figuras e cidadãos iranianos em qualquer lugar, nós retaliaremos a partir do Irã.”

Essa postura mais arrojada é um resultado direto da decomposição do regime israelense, que se vê pressionado por protestos internos, pela Resistência Palestina liderada pelo Hamas na faixa de Gaza, enfrenta a convocação de uma Intifada na Cisjordânia e teve de evacuar o Norte de seu território, devido aos mísseis e incursões lançadas do Líbano pelo Hesbolá. Além disso, é impossível esquecer do bloqueio naval ao Sul, imposto pelo partido revolucionário Ansar Alá, governo de facto do Iêmen, que sobreviveu a uma guerra civil e a intervenções militares sauditas e norte-americanas.

A questão econômica

De fato, é possível dizer que a postura iraniana acompanhou as mudanças do cenário geral da Eurásia, particularmente do Oriente Médio. Em especial, a economia israelense, que desde o início das operações na Faixa de Gaza, vem sofrendo como nunca antes.

Só o bloqueio do Ansar Alá no mar Vermelho, foi responsável por provocar uma disrupção importante na rota comercial global, por sua posição estratégica: liga o mar Arábico ao mar Mediterrâneo e assim, Ásia e Europa.

Parte da estratégia adotada pelo Irã e sua articulação regional é a de sufocar o Estado israelense, atacando suas linhas de suprimento e impossibilitando a importação e exportação pelo mar Vermelho. Nesse sentido, também podemos enquadrar a resposta militar iraniana do dia 13 de abril.

Por meio de uma ação comedida, que buscava apenas retaliar o ataque israelense anterior e demonstrar que o Irã consegue atingir Israel, as forças armadas sionistas foram obrigadas a mobilizar mais de 1,3 bilhões de dólares para defender seu território, ou 0,25% do PIB anual de “Israel”, que em 2022, foi de cerca de 525 bilhões de dólares segundo o FMI. Ou, cerca de 10% de todo o financiamento norte-americano no pacote “anti-Hamas”, que soma 14 bilhões de dólares. Tudo isso em uma única noite.

Como disse o General de Brigada Reem Aminoach, assessor econômico do ex-chefe de gabinete das forças de ocupação da Palestina ao jornal israelense Ynet News, os interceptadores, o combustível de aviação e outros materiais gastos para abater os veículos aéreos não tripulados (drones) e os mísseis do Irã custaram cerca de 4 a 5 bilhões de shekels (entre US$ 1,06 bilhão e US$ 1,33 bilhão). A estimativa inclui apenas os custos diretos de Israel, sem contar o significativo volume de material bélico usado pelos EUA e outros aliados para auxiliar na defesa contra o ataque.

Na mesma matéria do Ynet News, o general Reem Aminoach revela: “O ataque custou ao Irã menos de 10% do que nos custou para nos defendermos dele”. “No futuro – em um ano, dois anos ou cinco anos – eles poderão realizar 50 ataques desse tipo. E digamos que se o orçamento líquido da IDF [como os sionistas chamam suas forças armadas] em 2023 fosse de 60 bilhões de shekels, com menos do dobro disso não haveria chance de chegar a uma situação em que pudéssemos manter os valores necessários.”

O que o Irã e, mais amplamente, a aliança do Eixo da Resistência vem concretizando no Oriente Médio, é o desgaste material israelense e, por consequência, de seus aliados imperialistas, uma situação insustentável, em especial com o conflito de altíssima intensidade na Ucrânia consumindo tantos recursos.

Exemplificando, mais de 100 mil israelenses foram evacuados da região Norte do país artificial, na fronteira com o Líbano. Milhares de empresas fecharam suas portas, a um custo elevado para a economia, para não mencionar as despesas logísticas de um deslocamento de tamanha monta. A crise humanitária causada pelo massacre sionista em Gaza, vem rapidamente se transformando em uma crise econômica aguda para o Estado israelense.

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