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Oriente Médio

‘Irã introduziu um novo poder de dissuasão na região’, diz Rui

Na Análise Internacional, programa apresentado por Rui Costa Pimenta e pelo comandante Robinson Farinazzo, foi realizada uma extensa análise sobre o ataque iraniano a “Israel”

O principal setor da burguesia dos EUA, representado por Biden, está prestes a perder controle do país. Esse foi o primeiro tema discutido na Análise Internacional nesta segunda-feira (15). O programa foi transmitido no canal do Diário Causa Operária, no YouTube, e teve a participação do Comandante Robinson Farinazzo e de Rui Costa Pimenta. O presidente do PCO começou comentando:

“Trump é virtualmente o vencedor das eleições. A dificuldade de impedir que ele participe das eleições é que a legislação dos EUA não facilita isso. Não há inelegibilidade por ser condenado, o que é algo democrático nas leis dos EUA, não há cassação de candidaturas, lá não há TSE. Esse fato ilumina o que acontece no Brasil. Aqui o Bolsonaro sofreu um pouco mais que Trump, pois as ilegalidades são flagrantes. Acho difícil que de fato coloquem Trump para fora da eleição, pois não há condições políticas para isso. Colocaria a situação em total desconfiança da população.”

O Brasil e a América Latina

Antes de comentar o principal tema, o ataque iraniano a “Israel”, a América Latina foi um tema de destaque. Primeiro, Rui comentou rapidamente sobre a inelegibilidade de Bolsonaro: “a inelegibilidade de Bolsonaro é absurda. Ele foi declarado inelegível por fazer uma conferência de imprensa. Ele chamou os embaixadores para fazer uma conferência. Não vejo isso como causa para justificar inelegibilidade. Os que apoiam Alexandre de Moraes falarão que isso é legal. Eu não vejo como mentir para as pessoas irá favorecer a luta em defesa dos trabalhadores, a luta revolucionária e socialista”.

Então ele fez uma análise sobre a direita e a extrema direita. A esquerda pequeno-burguesa tem dificuldade de compreender que as suas relações são muito próximas. Rui explicou: “Javier Milei foi aplaudido pelo FMI. Os norte-americanos não criticaram o governo em nada. O Bukele também, faz o que quer e não há pressão norte-americana. Há o exemplo do Peru e do Equador que são ditaduras. Temos que considerar a extrema-direita como sendo o filho rebelde da direita. O Trump é o filho rebelde de Bush e Biden. Eles gostam do menino, querem que ele sobreviva, cuidam de sua saúde, mas o consideram muito imaturo para assumir grandes responsabilidades”.

E continuou: “se a esquerda brasileira comprar a versão distorcida dos fatos, acontece o que estamos vendo hoje. Se afundam com a política da direita enquanto a extrema-direita cresce. O que é preciso é a distância tanto de um quanto de outro. Nem Biden e nem Trump. É preciso lutar contra as ditaduras, os golpes de Estado. Quem não sabe que a burguesia dita civilizada apoia o Bukele? Os mesmos que são contra a Venezuela, Cuba etc.”.

O evento mais importante de 2024

Então, o programa entrou no tema que todos esperavam: o ataque iraniano ao Estado de “Israel”. Primeiro, o comandante Robinson realizou uma análise militar sobre o ataque. Explicou que a vitória militar, e, portanto, política do Irã é indiscutível. Então, Rui Pimenta fez uma longa exposição que explica a importância da operação:

“Do ponto de vista político atual temos o segundo maior acontecimento desde o 7 de outubro. Os iranianos atacaram o território israelense. Eles atingiram uma base de ‘Israel’ no sul, mostrando que tem a capacidade de atingir qualquer alvo. Essa teria sido a base de onde partiram os aviões para atacar o consulado do Irã.

Outro fato importante, EUA, Inglaterra e ‘Israel’ gastaram, segundo informações da imprensa burguesa, 1,3 bilhões de dólares para conter o ataque. Enquanto isso teria gasto mil vezes menos. Ou seja, a capacidade de contenção é muito frágil. O irã expôs tudo isso e mostrou o seguinte: acabou a era que ‘Israel’ faz o que quer de forma impune.

Agora existe uma nova potência que é igual ou mais forte que ‘Israel’ na região. Eles acabaram com outro mito. O Irã introduziu um novo poder de dissuasão na região, agora ‘Israel’ não ataca porque será atacado. É uma mudança prática na relação de forças imediata dentro do Oriente Médio. É um grande acontecimento histórico. Por isso estão todos discutindo.

Falar que o ataque foi ineficiente é bobagem. Os iranianos fizeram o que queriam fazer. Eles sabiam que “Israel” iria se defender, que os EUA e a Inglaterra iriam ajudar. Mesmo com tudo isso eles furaram a defesa israelense. E, além disso, o custo foi baixíssimo. Ficou provado que ‘Israel’ é muito vulnerável à artilharia iraniana. Isso muda substancialmente a situação no Oriente Médio.

É um acontecimento equivalente ao 7 de outubro, que subverteu completamente a região. Agora os EUA estão fazendo de tudo para limitar a resposta israelense. Se ‘Israel’ responder, o novo ataque dos iranianos será muito mais duro.

A imprensa joga para baixo a importância do evento. Eles tem interesse em diminuir o impacto para não ficar muito feio para os israelenses. Foi uma derrota enorme. Desde a guerra de 1973 ‘Israel’ não era atacado. Mas naquela época os países árabes eram muito fracos. É a primeira vez que aparece um país que ameaça de maneira efetiva e real a situação israelense.

Eu fico pensando na repercussão que isso teve nos países árabes e muçulmanos. Deve ter sido enorme. Por isso jogam para baixo, se a verdade aparecer cresce ainda mais o entusiasmo.

Os grandes acontecimentos foram: 2021 Afeganistão, 2022 Ucrânia, 2023 África e Palestina e agora o Irã. O imperialismo está sendo rapidamente enfraquecido.”

Por fim, ele concluiu analisando o tamanho da crise na qual se encontra o Estado de “Israel”. Em suas palavras: “você tem um país, se é que se pode chamar ‘Israel’ de país, que se conduziu a uma situação limite. As opções ficam extremamente reduzidas nesse quadro. A situação é: se não retaliar é uma derrota, uma derrota política muito grande. Se retaliar abre caminho para um enfrentamento muito maior. Isso enquanto eles já estão com dificuldade de lidar com o Hamas. E isso quando há a ameça que a Cisjordânia se transforme em outra Faixa de Gaza. Além disso, ‘Israel’ está sendo ameaçada pelo Líbano, com o Hesbolá. Há a guerrilha militar no Iraque, muito bem organizada, que já ataca ‘Israel’. É uma situação de tipo ‘se ficar o bicho come, se correr o bicho pega’”.

Irã x Israel: guerra à vista? - Análise Internacional nº 190 - 15/4/24

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